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Brasileiros trabalham contra pneumonia asiática

23 de Abril de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores da USP estão trabalhando para desenvolver um método capaz de identificar em apenas um dia o vírus da pneumonia atípica – síndrome respiratória aguda grave (SARS), que já provocou mais de cem mortes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já confirmou quase 3 mil casos suspeitos da doença em17 países, entre eles o Brasil – números que preocupam cientistas do mundo inteiro, que ainda não sabem ao certo como comprovar os casos suspeitos e combatê-los de modo eficaz.

Os pesquisadores da Rede de Diversidade Genética Viral da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) obtiveram as informações genéticas de diversos coronavírus – responsáveis por resfriados e doenças respiratórias leves e moderadas em seres humanos – e estão fazendo comparações entre elas para descobrir quais deles estão mais próximos do verdadeiro causador da pneumonia asiática.

Depois, é necessário testar o experimento em algum paciente contaminado. “Nós pegamos a secreção mucosa do aparelho respiratório do paciente e adicionamos trizol, uma substância que ajuda a desmontar o vírus e preserva o RNA viral. Depois de concluída a purificação desse RNA, é feita a reação de amplificação e o seqüenciamento dos produtos de PCR (reação em cadeia da polimerase)”, explicou o virologista Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e coordenador da Rede de Diversidade Genética Viral da Fapesp. Posteriormente, essa seqüência é comparada com a seqüência descoberta pelos pesquisadores em laboratório. Assim, em um dia é possível descobrir se o paciente é positivo ou não.

Por enquanto, apenas o Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, está autorizado a diagnosticar o agente etiológico da SARS, pois ele atende a todas as precauções de segurança do protocolo do Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos. Os médicos também precisam estar devidamente equipados, pois correm risco de ser infectados, como o especialista da OMS Carlo Urbani, primeiro médico a identificar o vírus, que foi vítima da doença e morreu na Tailândia.

Os sintomas da pneumonia atípica são febre alta acompanhada de calafrios, cefaléia, dor muscular, tosse seca e dificuldade respiratória. Em menos de 15 dias o paciente pode apresentar insuficiência respiratória aguda, que exige entubação e ventilação mecânica e é capaz de levá-lo à morte. O que se sabe é que basta ter contato com alguém contaminado para contrair a doença, pois a principal forma de transmissão é através de gotículas de saliva. Por isso é importante lavar as mãos várias vezes ao dia e evitar o contato da ponta dos dedos com mucosas do nariz e da boca.

O risco de contaminação é muito grande para quem pretende viajar agora para algum país do sudeste asiático, por isso é melhor adiar a data de embarque.

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