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Pesquisadora avalia ação do creme dental na fluorose

13 de Março de 2003 (Bibliomed). O flúor está relacionado tanto com a redução da cárie no mundo quanto com o aumento da fluorose dental – uma alteração nos dentes na fase de formação, que resulta em manchas brancas ou castanho-escuras, por causa da ingestão em excesso de flúor (a normal fica entre 0,05 e 0,07 mgF/kg de peso corpóreo/dia).

Para avaliar a real participação do dentifrício fluoretado na fluorose, a dentista Márcia Regina Angeli Jordão elaborou a dissertação de mestrado "Influência do dentifrício fluoretado na prevalência de fluorose no Brasil", defendida recentemente na Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp.

Em 2001, a pesquisadora começou a análise dos dentes anteriores (da frente) de estudantes de Piracicaba, Limeira, São Pedro e Cordeirópolis, e distribuiu 8 mil questionários a adolescentes de 11 a 16 anos, sendo selecionados 1.520 no total. A amostra com idade entre 11 e 12 anos esteve sob influência do dentifrício fluoretado desde o nascimento, residindo em local onde tinha ou não flúor. Já os com 15 e 16 anos não sofreram essa influência, ao menos nos quatro primeiros anos de vida.

Os resultados confirmam que os moradores dos municípios estudados apresentam fluorose nas formas leve e muito leve, que não chegam a ser um problema de saúde pública. “Achamos fluorose na faixa etária de 15-16 anos e 11-12. Além disso, o creme dental não interferiu diretamente no aumento de fluorose”, disse.

Para a pesquisadora, o fato de a fluorose ser detectada em escolares não-expostos ao creme dental fluoretado na fase de formação dos dentes pode indicar que as pessoas estão ingerindo bebidas e chás industrializados, água mineral e produtos manipulados de regiões em que há flúor em excesso ou sem controle na água. No Brasil, o creme dental foi 100% fluoretado desde 1989, e a água está passando por este processo em quase todos os municípios.

A fluoretação da água e do dentifrício são os melhores métodos para prevenir a cárie no país. A partir de um ano e meio até por volta dos três, o excesso de flúor tem maior risco de fluorose para os dentes permanentes anteriores. O problema é a permanência constante de flúor na boca. Por isso, é importante observar a escovação de dentes na criança, a quantidade de creme dental e o enxágüe pós-escovação; exigir dos municípios um controle da fluoretação da água e que a água mineral comercializada traga especificada no rótulo a quantidade de flúor.

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