Notícias de saúde

Tecnologia é nova arma contra malária

14 de Outubro de 2002 (Bibliomed). A descrição do genoma do mais perigoso parasita da malária, o Plasmodium falciparum, e do mais importante mosquito transmissor da doença, o Anopheles gambiae, sinalizam uma virada na política global de saúde. Essas informações poderão ser usadas no desenvolvimento de novos inseticidas, repelentes e medicamentos para combater a doença que infecta mais de 300 milhões de pessoas por ano, principalmente em países em desenvolvimento, e mata no mínimo 1 milhão, sendo 90% crianças com menos de cinco anos. No Brasil, são mais de 500 mil novos casos da doença a cada ano, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

O artigo sobre o genoma do Plasmodium falciparum foi publicado pela Nature, no último dia 3, e o artigo sobre o genoma do Anopheles gambiae, pela Science, no dia 4. “Trata-se de um extraordinário momento da história da ciência. Finalmente, o poder da moderna tecnologia está entrando nos mistérios de uma antiga doença, que segue matando milhões de pessoas”, avaliou o biólogo molecular da Fiocruz Carlos Morel, diretor do Programa de Doenças Tropicais da Organização Mundial de Saúde (TDR/OMS), um dos coordenadores do seqüenciamento do Anopheles. A principal dificuldade de se controlar essa epidemia é a grande resistência do mosquito e do parasita.

Para que os códigos genéticos possam ser usados com eficiência, o TDR treinou mais de 100 cientistas da América Latina, África e Ásia. Nos últimos dois anos, esses cientistas aprenderam a manipular o genoma, identificar vulnerabilidades a partir dele e preparar novas drogas e inseticidas com base na genética. “Temos agora uma diretriz para estudos em homens, no Plasmodium e no mosquito. A pesquisa abre um novo campo de trabalho para todos. Agora, qualquer um com computador e acesso à internet poderá chegar a novas drogas e inseticidas”, disse Morel.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários