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13 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Pacientes sobreviventes de derrame podem melhorar limitações nos punhos e nas mãos provocadas pela tensão muscular com injeções de Botox, substância mais conhecida pela capacidade de combater rugas. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela Escola de Medicina da Universidade de Indiana, em Indianápolis (EUA) e financiada pela Irvine, empresa fabricante do Botox, com sede na Califórnia.
No trabalho, 126 pacientes receberam uma única injeção de Botox ou de placebo diretamente nos músculos que flexionam o punho ou os dedos - os voluntários escolheram uma "área de incapacidade" que achavam necessário melhorar a movimentação em função das seqüelas deixadas pelo derrame.
Seis semanas após o tratamento, 62% dos pacientes do grupo do Botox relataram melhora nos chamados alvos da terapia. O mesmo foi observado em 27% do grupo que recebeu placebo.
Em artigo publicado na edição de 8 de agosto do New England Journal of Medicine, os pesquisadores afirmaram que a substância pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes que apresentam contração espástica dos músculos do punho e dos dedos, ou seja, nos casos em que a musculatura permanece excessivamente contraída, dificultando a movimentação. "Apesar de toda a aplicação cosmética, o principal uso do Botox tem sido em doenças neurológicas", disse a coordenadora do estudo, Allison Brashear. A pesquisadora ressaltou que, na prática, as injeções de Botox precisariam ser repetidas a cada três ou seis meses.
Em editorial sobre a pesquisa, Lewis P. Rowland, do Centro Médico Presbiteriano Colúmbia, em Nova York, defendeu que os resultados "justificam mais estudos".
Botox é o nome comercial da toxina botulínica A, substância química produzida pelas bactérias que causam o botulismo ou envenenamento alimentar. Administrada por meio de injeções locais, a droga interfere na comunicação entre os nervos e os músculos na área alvo, suavizando as linhas de expressão. Antes de ganhar fama no combate a rugas, a toxina era empregada para tratar diversos distúrbios neurológicos que provocavam hiperatividade muscular, como espasmo crônico da pálpebra. Nos últimos dez anos, ela vem sendo usada no tratamento da contração espástica da musculatura causada por doenças como paralisia cerebral e esclerose múltipla.
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