Notícias de saúde

Índia aprova novo medicamento contra leishmaniose visceral

20 de Junho de 2002 (Bibliomed). A leishmaniose visceral pode ser erradicada do mundo até 2010. A afirmação é de técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) que anunciaram, esta semana, a aprovação de uma nova substância, que tem se mostrado eficaz no tratamento da doença. A nova molécula foi desenvolvida pelo laboratório alemão Zentaris, de Frankfurt, com colaboração do Programa de Investigação sobre Doenças Tropicais, que tem apoio financeiro do Banco Mundial, do Programa Nações Unidas para o Desenvolvimento e da OMS. A nova substância teve seu uso aprovado na Índia. Durante os estudos, inúmeros pacientes receberam o medicamento, à base de miltefosina. Os resultados, segundo comunicado da OMS, foram positivos, com cura em 95% dos casos.

A leishmaniose visceral é uma doença causada pela ação do protozoário Leishmania chagasi, transmitido ao homem pela picada do mosquito flebótomo. A leishmaniose do tipo visceral é grave e ataca o fígado e baço, causando febre de longa duração e levando à perda de peso. Dados da OMS mostram que a enfermidade acomete anualmente cerca de 500 mil pessoas. Deste total, 60 mil chegam ao óbito. A doença é muito comum nos países em desenvolvimento, onde as condições sanitárias são mais precárias, os casos de desnutrição são freqüentes e o sistema imunológico da população é menos resistente. Atualmente, há registros da doença em quase 90 países. Metade dos casos está concentrada na Índia; o segundo país em número de casos da doença é o Brasil, seguido de Bangladesh, do Nepal e de Sudão.

Na Índia, onde a doença desafia o sistema de saúde, o novo medicamento teve seu uso aprovado após avaliações que duraram apenas seis anos. Normalmente, os procedimentos para homologação de uma nova droga levam 12 anos. Algumas das vantagens do produto recém-aprovado são os baixos custos e a administração mais fácil.

No Brasil, os principais reservatórios da doença são o cão e a raposa. Cerca de 2 mil casos são registrados anualmente – 92% deles no Nordeste. Há notificações em 17 dos 27 estados brasileiros.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários