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Descoberto hormônio que controla metabolismo do ferro

10 de Abril de 2002 (Bibliomed). Cientistas franceses descobriram que um hormônio produzido no fígado desempenha importante papel no metabolismo do ferro nos mamíferos. Conhecido como “hepcidina”, a substância funciona como uma espécie de “regulador” da taxa de ferro no organismo. Segundo o coordenador do estudo, o professor do Instituto Cochin de Paris Axel Kahn, esse hormônio é para o ferro o que a insulina é para a glicose.

A expectativa dos pesquisadores é que a descoberta ajude na produção de medicamentos contra as enfermidades ligadas à falta ou ao excesso de ferro, que afetam centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Os resultados do trabalho foram publicados na última edição das Atas da Academia de Ciências Norte-Americana e são uma resposta a 40 anos de pesquisa da comunidade científica.

As perspectivas terapêuticas e o diagnóstico da “hepcidina” (análise da taxa do hormônio no sangue) já foram patenteados. A longo prazo, pode-se esperar a elaboração de moléculas capazes de inibir a produção do hormônio ou, ao contrário, limita-la.

De acordo com os cientistas, uma potencial aplicação relaciona-se ao combate da talassemia, um conjunto de anemias hereditárias caracterizadas pela deficiência na formação da hemoglobina – substância presente nos glóbulos vermelhos do sangue capaz de se combinar a moléculas de oxigênio. Kahn explica que essa doença é mais comum na Ásia, África e no Mediterrâneo, especialmente nas regiões afetadas pela malária.

Para o cientista, outros pacientes poderão beneficiar-se dos resultados da pesquisa, como os que sofrem de outros tipos de anemia, de inflamações crônicas relacionadas ao reumatismo e ao câncer, e ainda os portadores de hemocromatose. Este distúrbio caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de ferro nos tecidos, geralmente do fígado e do pâncreas, podendo causar cirrose hepática, diabetes e lesões nos ossos e articulações.

O ferro é vital para as células e indispensável no processo de respiração, pois fixa o oxigênio na hemoglobina dos glóbulos vermelhos sanguíneos. O déficit de ferro produz anemias. E o excesso é tóxico para as células e provoca danos ao fígado, coração e pâncreas.

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