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Exame de mamografia é questionado por estudo dinamarquês

Belo Horizonte, 07 de Março de 2002 (Bibliomed). A mamografia, uma radiografia da mama capaz de detectar tumores malignos enquanto eles ainda estão bem pequenos, está sendo tema de uma discussão que divide médicos nos Estados Unidos. A dúvida é se ela realmente reduz os índices de morte de mulheres por câncer de mama ou não.

As discussões têm sido tão acirradas que o Congresso Americano pretende promover audiências sobre o assunto. A polêmica foi levantada por um estudo dinamarquês mas os especialistas brasileiros alertam que, por trás dessa discussão, pode haver interesse financeiro de algumas seguradoras de saúde americanas e de governos europeus que querem reduzir gastos com assistência médica.

Enquanto os Estados Unidos avaliam o problema, no Brasil a mamografia é recomendada para todas as mulheres depois dos 50 anos, periodicamente, já que ainda não existe exame que a substitua. Hoje, as mulheres brasileiras da classe média estão fazendo o diagnóstico do câncer de mama tão precocemente quanto as que vivem em países desenvolvidos.

Para João Carlos Sampaio Góes, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), os benefícios desse exame saltam aos olhos. Segundo dados do Instituto, nos anos 80, 100 mil mulheres foram acompanhadas para verificar a eficácia da mamografia em detectar precocemente o câncer de mama. Os resultados foram surpreendentes. Cerca de 55% das mulheres acompanhadas que tinham a doença receberam o diagnóstico quando o tumor ainda estava no começo, graças à mamografia anual.

Naquela época, a porcentagem nacional de câncer de mama em fase inicial era de apenas 25%, considerando mulheres que não faziam mamografia periodicamente. Quando elas procuravam os serviços de saúde já estavam em estágio avançado da doença.

O chefe do Setor de Mamografia do Departamento de Diagnóstico e Imagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cláudio Kemp aconselha que os exames sejam feitos o quanto antes, pois são maiores as chances de cura. Segundo ele, em dez anos de tratamento, 75% das pacientes ficam livres da doença se ela tiver sido diagnosticada e tratada precocemente. Essa porcentagem cresce para 90% se o tumor tiver 0,5 centímetro. Em compensação, sem tratamento, apenas 25% das pacientes vivem três anos com a doença.

Mulheres com mais de 50 anos devem fazer a mamografia uma vez por ano. Entre os 40 e 50 anos, o exame pode ser feito a cada dois anos a critério do médico. Recomenda-se que a primeira mamografia seja feita por volta dos 35 anos, sempre a pedido de um médico.

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