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Belo Horizonte, 05 de Março de 2002 (Bibliomed). Pesquisadores reunidos na semana passada na IX Conferência Anual sobre Retrovírus, em Seattle, nos Estados Unidos, apresentaram novos anti-retrovirais que estão em desenvolvimento e que podem melhorar a guerra contra o HIV no organismo.
Os medicamentos ainda estão na fase experimental, mas já mostraram resultados surpreendentes nos primeiros estudos. Os medicamentos anti-retrovirais atuam no bloqueio de uma das três proteínas – protease, transcriptase inversa e integrase – que o HIV usa para se reproduzir no interior das células do sistema imunológico.
Este bloqueio ajuda a reduzir a presença do vírus no sangue, até mesmo em níveis não detectáveis.
Nos últimos anos, os pesquisadores constataram que o vírus tem se tornado resistente aos medicamentos mais comuns utilizados no tratamento, que são as antiproteases. Por isso, os estudos se voltaram para as substâncias que inibem os outros tipos de proteínas. A empresa Tibotec, da Bélgica, desenvolveu o TMC125, um anti-retroviral que atua sobre a transcriptase inversa.
Testado em 12 pacientes, o medicamento permitiu a redução em 99% da carga viral do HIV no sangue. O resultado foi considerado surpreendente pelos pesquisadores. Entretanto, os cientistas admitem que não sabem precisar o tempo de duração dos efeitos do TMC125 e nem mesmo seus efeitos colaterais a longo prazo.
O TMC125 faz parte de uma nova classe de inibidores. Já existem no mercado outras duas substâncias da mesma classe. No entanto, as duas apresentaram problemas de resistência. Outro anti-retroviral em testes é o DPC-083-203, dos laboratórios Bristol-Myers Squibb, que foi eficaz na redução da reprodução do HIV em 57% dos pacientes. Outro medicamento apresentado durante a Conferência, também em fase experimental, é o S-1360, desenvolvido pela empresa japonesa Shionogi.
Segundo os estudos preliminares, a substância apresenta eficácia na ação contra a proteína integrase. Nos testes em ratos e cães, o S-1360 mostrou resultados positivos, sobretudo contra as cepas do HIV que são resistentes aos atuais medicamentos. A nova substância já começou a ser testada em seres humanos.
Um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine trouxe outra boa notícia, desta vez para os pacientes com leucemia. Pesquisadores norte-americanos confirmaram a eficácia do medicamento imatinib mesylate, comercializado nos Estados Unidos com o nome Gleevec e recomendado a pacientes que são portadores da leucemia mielóide crônica e que não responderam adequadamente aos tratamentos convencionais.
A pesquisa teve participação de cientistas do Centro Anderson de Oncologia da Universidade do Texas e foi feita em 28 centros médicos dos Estados Unidos e da Europa. Os resultados mostraram que a média de sobrevivência com o tratamento foi de 92%. Foram submetidos aos testes 149 pacientes, por um período de dois anos. Apesar dos resultados positivos, o estudo não pode ser considerado definitivo. Estimativas apontam que entre 15% e 20% dos pacientes com este tipo de leucemia morrem um ano depois que o tratamento convencional não provoca respostas satisfatórias.
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