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Obesos terão que esperar três anos na fila por atendimento

Belo Horizonte, 03 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). Obesos mórbidos do Rio de Janeiro poderão esperar até três anos para conseguir uma cirurgia em hospital público do estado. Atualmente existem 2.978 pacientes aguardando atendimento pelo Sistema Único de Saúde.

No ano passado, 57 pessoas fizeram cirurgia para o tratamento da obesidade mórbida, um tipo de obesidade que provoca o surgimento de outras doenças orgânicas ou o agravamento das mesmas. Comparado com outros estados, os números são baixos. No Hospital das Clínicas da Unicamp, em São Paulo, por exemplo, 102 pacientes foram operados em 2001.

A falta de Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e de cirurgiões especializados nos hospitais de Andaraí e Ipanema, os únicos que fazem esse tipo de cirurgia no Rio, são apontados como as principais causas do baixo número de operações no ano de 2001. Fernando Barroso, chefe do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Ipanema, afirma que a situação é mesmo complexa e que, do jeito que está, não há como atender a todos os pacientes.

Segundo Fábio Viegas, responsável pelo Departamento de Cirurgia de Obesidade do Hospital do Andaraí, morrem mais obesos na fila de operação do que em decorrência dela. Ele afirma que cerca de 4,5% dos obesos morrem enquanto esperam e as doenças se agravam.

A cirurgia de redução de estômago é, segundo Viegas, o único tratamento efetivo contra a obesidade mórbida. Ele aponta que o tratamento clínico falha em 95% dos casos. O risco de morrer em decorrência da cirurgia é de 1,5%.

A obesidade é a segunda causa de morte evitável no mundo, só perdendo para os acidentes de carro. Cerca de 5% da população brasileira é obesa mórbida e as mulheres constituem 70% desse universo.

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