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Esgoto de hospital ameaça saúde

Belo Horizonte, 31 de Outubro de 2001 (Bibliomed). Pelo menos até março do ano que vem, todos os serviços de saúde do Rio de Janeiro que oferecem internação serão visitados por técnicos do Laboratório de Controle de Qualidade em Saúde (Labcon) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O laboratório foi contratado em caráter emergencial pelo município para descobrir que destinação os hospitais estão dando ao esgoto que produzem. A vistoria será feita em unidades públicas e particulares, em grandes e pequenos hospitais. Estão na lista o Miguel Couto e o Souza Aguiar, por exemplo.

Uma vistoria preliminar já apontou irregularidades em diversos hospitais. O esgoto hospitalar é uma ameaça bem maior do que os dejetos domésticos, pois contém bactérias e muitas substâncias usadas como medicamentos, que não são absorvidas pelo ambiente.

Na primeira etapa, os técnicos vão fotografar as saídas de esgoto e coletar amostras do material lançado. As irregularidades vão gerar notificações e terão um prazo de quatro meses para serem corrigidas. A medida, garante a prefeitura, vai ser adotada até mesmo nas unidades administradas pelo município e nos serviços ligados à rede da companhia Cedae.

Uma vistoria feita há algumas semanas nos hospitais Raphael de Paula e Souza e Pedro II revelou que o líquido descartado pelas unidades tinha um alto índice de contaminação. Como o esgoto é conduzido para os rios, há suspeitas de que os lençóis freáticos estejam sendo prejudicados. No hospital municipal de Curicica, a análise laboratorial constatou a presença significativa de coliformes fecais.

Além do lençol freático, o esgoto sem tratamento ameaça também a população vizinha. O simples contato com a água poluída pode causar infecções de pele e, se ingerida, até mesmo infecções nos órgãos. O risco para crianças, idosos e pessoas debilitadas por outras enfermidades é muito grande.

A maior preocupação das autoridades é com a zona Oeste, onde não existe saneamento básico. Moradores que vivem nas imediações de córregos com esgoto relatam já terem encontrado sangue, material cirúrgico e seringas. Alguns hospitais que foram vistoriados contestaram as avaliações do Labcon.

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