Notícias de saúde
Belo Horizonte, 09 de Outubro de 2001 (Bibliomed). Os pacientes com Leucemia Mielóide Crônica (LMC) ganham um novo aliado contra a doença nos próximos meses. O Ministério da Saúde vai fornecer gratuitamente o medicamento Glivec a todos os pacientes que tenham indicação médica para usar a nova droga.
O Glivec, produzido pelo laboratório Novartis, é um remédio que teve o uso aprovado recentemente em outros países. Ele atua diretamente na destruição das células cancerosas e é apontado como uma promessa no tratamento e na cura da leucemia.
Entretanto, os pacientes brasileiros só tinham acesso à droga se tivessem condições de realizar a importação por conta própria, pagando um valor de cerca de R$ 6 mil por mês.
Inicialmente, o Ministério da Saúde chegou a se recusar a assumir os gastos com a compra do medicamento, sem chegar a um acordo com o laboratório para a comercialização do produto no Brasil.
O Instituto Nacional do Câncer, ligado ao Ministério, afirmava que o impasse não estava relacionado com o preço do medicamento, mas com a falta de dados clínicos suficientes, que comprovassem a eficácia e a segurança da droga.
Há algumas semanas, no entanto, o acordo foi fechado. O Ministério conseguiu que o Novartis reduzisse o preço em 33%. O Glivec caiu de US$ 2.400 para US$ 1.620, por paciente/mês.
Atualmente, 1.558 pacientes com Leucemia Mielóide estão em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 380 deles têm a indicação para usar o Glivec: 294 estão na fase inicial da doença e 86, na fase avançada. Para distribuir o medicamento gratuitamente a esses pacientes, o Ministério vai gastar mais de US$ 8 milhões por ano. Pelo acordo, o Novartis vai doar o Glivec, até março de 2002, a 250 dos atuais 380 doentes. O acordo possibilitou uma economia de quase US$ 4 milhões/ano, além de US$ 1 milhão com a doação dos remédios.
Antes dessa definição entre o Novartis e o governo brasileiro, a Organização Não-Governamental (ONG) paulista Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer (Napacan) acionou a Justiça para garantir a distribuição do medicamento.
Segundo o Novartis, há estudos sendo realizados desde 1998, que apontam a possibilidade de cura de até 98% na fase crônica da doença. A empresa também garante que o resultado é animador em pacientes na fase terminal.
Copyright © 2001 Bibliomed, Inc.
Veja também