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Belo Horizonte, 20 de Setembro de 2001 (Bibliomed). O ministro da Saúde, José Serra, assinou há alguns dias uma carta de intenções com a Organização Não-Governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras (MSF) para desenvolver ações de combate à Aids. As ações serão desenvolvidas principalmente em países africanos de língua portuguesa.
A parceria prevê a transferência de tecnologia, a capacitação de profissionais de saúde, a assessoria técnica e a execução de projetos com governo e sociedade civil. A MSF também negocia com o governo brasileiro a compra de medicamentos genéricos.
O Ministério da Saúde já mantém projetos de cooperação com quatro países africanos de língua portuguesa: Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. A ONG atua em oito países da África, além de 21 da Ásia, Leste Europeu e América Latina. A MSF oferece assistência a portadores do HIV e doa alguns medicamentos anti-retrovirais. A carta de intenções não prevê o repasse direto de recursos.
O presidente da ONG, o francês Bernard Pécuol, lembra que 13 milhões de pessoas morrem em todo o mundo vítimas de doenças como malária, esquistossomose e Chagas, além das enfermidades associadas a condições de subdesenvolvimento.
Bernard critica que os laboratórios farmacêuticos não tenham interesse em desenvolver drogas contra estes males. “As empresas que fabricam vacinas e remédios ficam situadas em países ricos”, lembra.
A MSF lançou recentemente a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, para chamar a atenção do mundo para a falta de medicamentos em países pobres. A ONG reivindica a democratização do acesso aos remédios e mecanismos de estímulo à pesquisa científica.
O médico francês elogiou a postura brasileira em relação aos preços de medicamentos contra Aids. Segundo ele, a batalha contra os laboratórios garantiu a redução dos preços em todo o mundo.
Segundo a ONG britânica Oxfan, a receita de apenas quatro laboratórios estrangeiros – Merck, Pfizer, GlaxoSmithKline e Eli Lilly – totalizam US$ 700 bilhões. O valor é US$ 40 bilhões a menos que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrado no relatório do Banco Mundial em 1999.
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