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Britânicos pedem fim das propagandas de cigarro

Belo Horizonte, 24 Agosto de 2001 (Bibliomed). Uma pesquisa de opinião pública mostrou que quase dois terços dos cerca de 2 mil britânicos entrevistados (63%) são a favor da proibição da propaganda de cigarros em qualquer tipo de campanha publicitária e de eventos.

O questionário aplicado indica ainda que os britânicos acreditam que o assunto de restrição de propagandas de cigarro não entrou para a pauta de votações no Parlamento, este ano, devido ao lobby realizado pelas indústrias do tabaco e de empresários importantes, como os da Fórmula 1, que se beneficiam ao receber verbas de anúncios de marcas de cigarro. A pesquisa contou com apoio de sociedades médicas de cancerologia.

O governo britânico chegou a discutir o projeto de lei que determina a proibição de propagandas de cigarro, mas retirou-o da agenda de votações sem maiores explicações, irritando os ativistas contrários à comercialização de tabaco.

Quase metade dos entrevistados, cerca de 48%, acredita que o governo esteja sofrendo pressão por parte dos interessados para dificultar a discussão sobre o assunto.

No início do mandato do primeiro-ministro Tony Blair, foi amplamente noticiada a doação feita por empresários da Fórmula 1 ao Partido Trabalhista, no valor de 1 milhão de libras (R$ 3,6 milhões).

A notícia provocou reação negativa da opinião pública e o partido acabou devolvendo o dinheiro. A Fórmula 1, entretanto, ficou isenta até 2006 de uma eventual proibição da propaganda de cigarros em eventos esportivos.

Entidades como a Imperial Cancer Research Fund já se manifestaram contrárias às propagandas de cigarros, assim como profissionais de saúde e segmentos da sociedade. O próprio governo tem prejuízos financeiros com a veiculação desse tipo de propaganda.

O orçamento do governo britânico prevê o gasto de milhões de libras, nos próximos anos, com tratamentos e campanhas para estimular fumantes a superar o vício do tabaco.

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