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Cuidados ao lidar com gatos pode evitar toxoplasmose

São Paulo, 21 de Junho de 2001 (eHealthLA). Se você tem o hábito de comer carne crua ou é dono de um inocente gatinho em casa, cuidado. Você é candidato à toxoplasmose, também conhecida como “doença do gato”, que causa problemas sérios, especialmente em mulheres gestantes.

Toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário de nome Toxoplasma gondii. que, em tese, pode infectar qualquer animal de sangue quente. As formas de transmissão mais comuns são através da ingestão de cistos contidos em carnes cruas, ou “mal passadas” ; da ingestão de ocistos encontrados nas fezes do gato (seja pelo manuseio da caixa de areia, seja pelo contato com o solo ou com verduras contaminadas).

Daí a preocupação de gestantes, porque o protozoário pode causar a infecção transplacentária, ou seja, quando o parasita ataca o feto antes do nascimento, através da placenta. Quando a mãe já tem anticorpos no início da gestação isso não ocorre, pois não desenvolverá a doença.

CUIDADOS – Na maioria das vezes a infecção inicial não deixa sintomas, o que é ainda mais perigoso. Pois com a progressão da doença, silenciosa, poderão ocorrer acometimentos pulmonares, miocárdicos, hepáticos ou cerebral.

As lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há manifestações clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos, porém, em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite e até encefalite.

OLHOS – A coriorretinite é a lesão mais freqüentemente, sendo associada à toxoplasmose em 30% a 60% dos pacientes. Quando isto acontece, dois tipos de lesões de retina podem ser observados: retinite aguda, com intensa inflamação; e retinite crônica com perda progressiva de visão, algumas vezes chegando à cegueira.

CRIANÇAS – A toxoplasmose neonatal é resultado da infecção intra-uterina, variando de assintomática à fatal, dependendo da idade fetal e de fatores não conhecidos. Os achados comuns são prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós-maturidade, estrabismo, icterícia e hepatomegalia.

Quando a infecção ocorre no último trimestre, o bebê pode apresentar pneumonia, miocardite ou hepatite com icterícia, anemia, plaquetopenia e coriorretinite. Se ocorre no segundo trimestre, o bebê pode nascer prematuramente, e ter dificuldades em um desenvolvimento normal.

Uma vez que a infecção da mãe é usualmente assintomática, isto é, não se percebe facilmente, médicos procuram realizar testes sorológicos na gestação.

PREVENÇÃO – Pode-se prevenir a doença evitando comer alimentos crus ou mal cozidos, usando luvas ao fazer jardinagem (lavando as mãos depois) e deixando de limpar a caixa de areia dos seus gatos.

É interessante que a gestante saiba se tem, ou não, anticorpos contra a toxoplasmose, para poder atender a novas medidas preventivas. Isso se consegue através de um exame de sangue.

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