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Brasil participa de conferência internacional sobre discriminação racial e saúde

São Paulo, 07 de Junho de 2001 (eHealthLA). A discriminação racial é o lastro da qualidade de vida das pessoas e isso se manifesta distintivamente em seus efeitos negativos na saúde.

Esta expressão, da Organização Panamenricana de Saúde, é o pressuposto que embasa a palestra que será apresentada na conferência regional 'Etnicidade e eqüidade da saúde', que ocorrerá entre 18 e 20 de junho próximos, em Washington, DC.

O Brasil estará presente no evento, com um delegado, pois foi selecionado entre os países com população de descendência africana, ao lado dos Estados Unidos, Colômbia, Equador, Nicarágua, Uruguai e Trindade Tobago.

Este encontro foi concebido como um evento de preparação regional para a Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, organizado pelas Nações Unidas e que ocorrerá de 3 de agosto a 7 de setembro em Durban, no Sul da África.

"A idéia central desta conferência é que a discriminação racial é um fator social que intervém na constituição de diferenciais de saúde entre os indivíduos", explicou a socióloga uruguaia Dra. Cristina Torres, assessora regional de políticas do Programa de Políticas Públicas e Saúde da OPS, autora do trabalho 'Eqüidade em saúde: um olhar desde a perspectiva da etnicidade".

"A discriminação no plano da saúde se espressa em dificuldades de acesso aos serviços, baixa qualidade dos serviços disponíveis, falta de informação adequada para a tomada de decisões ou através de mecanismos indiretos (estilos de vida, lugar de moradia, tipo de ocupação, nível de status)", disse a especialista à assessoria de imprensa da OPS em Washington.

A conferência Etnicidade e Equidade da Saúde, organizada em um esforço conjunto da OPS, o Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial e Interamerican Dialogue, pretende ser um fórum onde os países das Américas expressem suas diferentes visões sobre o impacto que as questões étnicas têm na saúde pública, na igualdade de acesso à atenção sanitária e nos efeitos sobre a qualidade de vida e o desenvolvimento integral de todas as pessoas na região.

A OPS apóia os governos da região das Américas e Caribe em seus esforços para reduzir a probreza e, por outro lado, incentiva seu orgulho para que trabalhem em prol da redução das desigualdades na área da saúde. Por esta razão, a Divisão de Saúde e Desenvolvimento Humano centrou sua cooperação técnica na área de "Eqüidade e Saúde".

"Dentro dessas coordenadas, este relatório tem como objetivo aportar ao estudo das desigualdades na saúde explorando a relação entre saúde e etnicidade", disse a Dra. Torres.

"Pois constatamos que o processo histórico de segregação e auto-marginação destes grupos populacionais gera em si enfermedade, ao causar mais estresse nos individuos, implicar em condições de vida mais severas e dificultar o acesso aos serviços de saúde".

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