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São Paulo, 29 de Março de 2001 (eHealthLA). Cientistas do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer em São Paulo, estão pesquisando um grupo de genes para ser usado no diagnóstico do tumor de tireóide.
Atualmente, em cerca de 35% dos casos detectados da doença, não se sabe se os nódulos que aparecem na glândula tireóide são malignos.
Os pacientes vão para a cirurgia e, após a retirada da glândula, constata-se que de 60% a 70% dos nódulos não correspondiam a um tumor. Nesses casos, a cirurgia poderia ser evitada, se houvesse um sistema de diagnóstico mais preciso.
Segundo Luiz Fernando Lima Reis, coordenador do projeto, hoje, na maioria das vezes não se consegue estabelecer se o paciente é mesmo portador de um tumor ou não.
Novo Diagnóstico
A pesquisa procura identificar genes que estejam associados ao tecido tumoral. Até o momento, os pesquisadores já encontraram 77 genes desse tipo.
"Estamos numa primeira fase, que é a de varredura de tumores para a identificação desses genes. No prazo de dois a três anos, começaremos a testar os genes, com o objetivo de criar um teste para diagnóstico", explica Reis.
Câncer de Tireóide
O câncer é a conseqüência de um crescimento anormal das células que constituem um órgão. Desordenadas, elas formam massas ou tumores.
Não existe uma causa definida para o câncer de tireóide, glândula responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo. Sabe-se que pessoas que foram submetidas a qualquer tipo de irradiação, principalmente na infância, têm maior chance de desenvolvê-la.
Anormalidades em cromossomos – estruturas com carga genética – causam um dos tipos de câncer de tireóide. O crescimento desordenado da tireóide se manifesta como um nódulo no pescoço, onde fica o órgão, muitas vezes percebido pelo próprio paciente.
Tratamento
A glândula é removida por meio de cirurgia. Depois disso, o paciente precisa de um acompanhamento periódico para detectar possíveis recidivas do tumor, felizmente raras. Algumas vezes pode haver necessidade de radioterapia local, com a ingestão de iodo radioativo.
A quimioterapia, no entanto, quase nunca é indicada nesses casos. Uma vez que a tireóide é retirada totalmente, o paciente terá que tomar para o resto da vida aqueles hormônios que seriam produzidos por ela.
Não existe uma forma de prevenção. O que pode e deve ser feito é acompanhar atentamente os chamados grupos de risco, ou seja, aqueles que receberam altas doses de radiação e os familiares de portadores de câncer. Anualmente, são diagnosticados cerca de 6.000 casos novos de nódulos da tireóide no Brasil.
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