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BRASIL: O Debate Sobre o Uso Público da Água no Dia Mundial Instituído pela ONU

São Paulo, 22 de março de 2001 (eHealthLA). O Dia Mundial da Água, que se celebra hoje, é organizado a cada ano por uma agência especializada da ONU e tem por lema este ano "A água e a saúde", ficando a cargo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Devido a uma simples diarréia morrem todo ano no mundo 2 milhões de crianças, quatro vezes mais que de Aids. O remédio de que necessitam é água limpa, à qual um quarto da população mundial ainda não têm acesso, segundo dados da Organização das Nações Unidas.

Estimativas da OMS mostram que as enfermidades tropicais devidas à água poluída ou à umidade poderiam diminuir graças a medidas simples de esterilização ou de higiene individual. Um em cada cinco homens (1,2 milhão de pessoas) só dispõe de água poluída, enquanto 40% da humanidade não dispõe de serviços de esgotos, assinala a OMS em um informe intitulado “A Água a Serviço da Saúde”.

Bem de Consumo

Segundo o diretor da Agência Nacional de Água (ANA), Marcos Aurélio Freitas, dentro de pouco tempo a água deixará de ser um bem livre. Em países da África, o produto não é considerado público. Rios que ficam em fazendas são de propriedade particular e tornam a população dependente. A estimativa da ANA é que a partir de 2003 a água consumida seja cobrada em todo o país. Hoje, o consumidor paga o custo de tratamento e transporte, mas não do próprio líquido.

O assunto é polêmico, mas os resultados na França, onde existe a cobrança há mais de 30 anos, são satisfatórios. Segundo informações do Governo Federal, não se trata da privatização de rios, mas de regras que permitam a utilização sem desperdícios para as gerações futuras. O comitê será constituído por representantes dos usuários, sociedade civil organizada e prefeituras.

Segundo Freitas, a cobrança de água bruta tende a evitar o desperdício. “Os valores serão calculados de acordo com cada tipo de consumidor”, explica. A agricultura é o setor que mais utiliza água (59%), seguido pelo uso doméstico (22%) e pelo industrial (19%). A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 250 milhões de pessoas em 26 países enfrentam a falta crônica de água.

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