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Ecstasy Pode Indicar Novos Tratamentos de Doença de Parkinson

15 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). - As imagens dramáticas de um paciente com doença de Parkinson recuperando o controle temporário de seu corpo após tomar a droga ilegal ecstasy indicam possíveis novos tratamentos, disseram pesquisadores britânicos.

As imagens -- transmitidas em um documentário da rede de televisão BBC na quinta-feira -- mostram o ex-soldado e ex-acrobata Tim Lawrence dando saltos mortais e cambalhotas após descobrir acidentalmente em uma boate de Londres que o ecstasy alivia sua condição debilitante.

"Essa é uma grande história e destaca o fato de que a abordagem sem dopamina é o futuro", disse Jonathan Brotchie, executivo-chefe da Motac, uma organização de pesquisas que tem como um de seus donos a Universidade de Manchester, que está pesquisando a rota da serotonina.

Brotchie disse que o ecstasy -- que por enquanto não é a resposta para a doença de Parkinson -- altera os níveis de uma substância química chamada serotonina, que pode explicar por que, por algumas horas, o corpo de Lawrence não apresentou rigidez ou espasmos incontroláveis.

Brotchie contestou recentes manchetes de revistas sugerindo que um tratamento digno de confiança havia sido descoberto.

"O ecstasy não é o tipo de substância química que pode ser transformada em uma droga (terapêutica), pois tem muitos efeitos diferentes, incluindo a destruição de neurônios e a alteração das percepções do mundo ao seu redor", explicou Brotchie.

"Tim Lawrence não descobriu um tratamento, mas o que estamos vendo é uma possível pista de tratamentos que podem funcionar bem na doença de Parkinson", acrescentou Brotchie.

Conferencista sênior em anatomia na universidade com um interesse especial em distúrbios de movimento, Brotchie já estava interessado pela abordagem de serotonina antes de ouvir sobre Lawrence.

Brotchie disse que agora espera restringir a busca pelo receptor de serotonina certo e começar testes clínicos. Ele lembrou que há alguns anos, ao pesquisar com o laboratório SmithKline Beecham a distribuição do receptor de serotonina 5HT-2c no cérebro humano, "descobrimos que ele alterou seus níveis dramaticamente em pacientes com doença de Parkinson".

Brotchie não sabia se a empresa havia continuado a pesquisa, mas desde então seu laboratório limitou o trabalho na busca de dois dos 14 receptores de serotonina.

"Para mim, o próximo ponto crucial é obter financiamento para identificar os próximos dois receptores. Após isso devem começar os testes clínicos razoavelmente rápido", destacou Brotchie.

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