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Teste de Câncer de Próstata Pode Evitar Biópsia Desnecessária

08 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Um novo tipo de teste de câncer de próstata que se baseia na telomerase - uma enzima que ajuda as células cancerosas a se tornarem "imortais" - pode evitar biópsias desnecessárias, de acordo com pesquisadores norte-americanos.

Em um pequeno estudo, a realização de testes para telomerase pareceu ajudar a determinar se as células realmente eram cancerosas, de acordo com cientistas do Centro de Câncer City of Hope, em Duarte, Califórnia.

Atualmente, um médico pede uma biópsia da próstata se um homem possui níveis de antígeno específico da próstata (PSA) elevados no sangue e um exame de toque retal indica um possível câncer.

"Enquanto 30 por cento das biópsias são positivas para o câncer prostático, 70 por cento dos pacientes se submetem a biópsias potencialmente desnecessárias", disse a urologista Laura Corcitto, do City of Hope, à Reuters Health.

Durante o ano passado, os pesquisadores analisaram o uso da telomerase para possivelmente eliminar algumas biópsias desnecessárias. Eles testaram os níveis de telomerase em secreções de massagem prostática obtidas de 20 homens.

A telomerase é uma enzima que forma as porções de DNA chamadas telômeros que são encontradas nas extremidades dos cromossomos. As porções de DNA agem como uma espécie de "relógio" celular que dizem à célula quantas vezes ela pode se dividir antes de ser programada para se autodestruir.

Em células normais, os telômeros são encurtados toda vez que uma célula se divide e quanto eles atingem um certo comprimento a célula morre. Em células cancerosas, a telomerase impede que os telômeros se encurtem, em última instância, resultado em um tumor.

"Embora o PSA esteja presente nos tecidos benigno e tumoral, normalmente a telomerase é encontrada somente em células tumorais e não em células normais", disse Corcitto. Cerca de 90 por cento dos tumores da próstata contêm a enzima, que também é encontrada em muitos outros tipos de câncer.

Comparando os testes de telomerase com os resultados de biópsia, os cientistas descobriram que eram semelhantes em 18 dos 20 casos. O estudo piloto está em desenvolvimento e vai incluir um total de 50 pacientes. Caso os resultados continuem sendo promissores, um estudo maior de uma população diversa será realizado.

Usando uma nova tecnologia, os resultados estão disponíveis em meia hora. "O teste é potencialmente fácil, rápido, sem dor e barato", afirmou Corcitto. "Além do diagnóstico, ele pode ser usado no lugar do PSA para monitorar o avanço da radioterapia", acrescentou a pesquisadora.

São necessários muitos estudos antes de testes como esse serem usados no diagnóstico de rotina do câncer de próstata.

"Se o teste for adequadamente sensível, ele poderá ser um marcador preciso para câncer de próstata", disse William Catalona, da Universidade de Washington, em St. Louis, em entrevista à Reuters Health.

"O desafio será garantir que os negativos sejam realmente negativos, o que vai exigir um acompanhamento a longo prazo de pelo menos cinco anos", destacou Catalona, especialista em testes de PSA.

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