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Área do Cérebro Ajuda a Sintonizar Pensamento Entre as Pessoas

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Nossa habilidade para perceber o que outras pessoas estão pensando pode ser atribuída a uma região específica do cérebro. Essa capacidade exige um certo nível de auto-reflexão e de empatia e simpatia.

"Isso é o necessário para a conexão em um nível humano e pessoal", disse à Reuters Health Donald T. Stuss, que dirige o Instituto de Pesquisa Rotman no Centro de Cuidado Geriátrico Baycrest, em Toronto (Canadá), responsável por um novo trabalho sobre o assunto.

Os pesquisadores verificaram que pessoas com danos no lobo frontal do cérebro tiveram dificuldade para completar duas tarefas que exigiam que imaginassem o que se passava na cabeça de outra pessoa.

O estudo foi realizado por Stuss, Gordon G. Gallup, da Universidade do Estado de Nova York, em Albany, e Michael P. Alexander, da Universidade de Harvard, em Boston, Massachusetts, e publicado na edição de fevereiro da revista Brain.

Os pesquisadores compararam duas habilidades - perspectiva visual e habilidade de detectar a intenção de enganar- em 32 pacientes com danos em regiões específicas do cérebro e 14 pessoas saudáveis sem danos cerebrais.

A perspectiva visual é a capacidade de imaginar o que a outra pessoa pode estar enxergando. Para esta parte do estudo, os participantes sentaram-se diante de um pesquisador que lhes pediu para mostrar sob qual de cinco copos haviam escondido uma bola.

Em alguns testes, dois assistentes - um podia ver o pesquisador escondendo a bola e outro não - dariam "dicas" para ajudar a pessoa, que tinha de inferir qual dos dois tinha realmente visto onde estava a bola.

Na segunda série de testes, uma moeda foi escondida em um entre dois copos e o assistente sempre apontava o copo errado. A pessoa submetida ao teste tinha de escolher o copo certo determinando se o assistente a estava enganando.

No primeiro teste, 42 por cento das pessoas com dano no lobo frontal cometeram um ou mais erros contra 15 por cento das pessoas com outro tipo de dano cerebral e 7 por cento das pessoas sem lesões cerebrais.

No segundo teste, os pesquisadores conseguiram identificar a região responsável pelos erros mais precisamente. Verificaram que as pessoas com danos em certas áreas cerebrais -- lobo frontal medial direito e corpo cingulado anterior direito -- tiveram mais dificuldades para perceber que estavam sendo enganadas.

Em um editorial que acompanhou o estudo, Timothy Shallice, do Instituto de Neurociências Cognitivas da University College London, Grã Bretanha, observou que testes semelhantes da "teoria da mente", usando imagem, indicaram as mesmas regiões identificadas pela equipe de Stuss.

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