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20 de novembro de 2023 (Bibliomed). Um número significativo de pacientes demora muito mais para se recuperar de uma concussão do que o esperado e pode não estar recebendo os cuidados de que precisa, indica um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Os sintomas de concussão incluem convulsões, vômitos repetidos, dor de cabeça intensa ou com piora progressiva, marcha instável, fala arrastada, fraqueza ou dormência nas extremidades e comportamento incomum.
Os pesquisadores estudaram pacientes com concussão e descobriram que quase metade apresentava mudanças na forma como as regiões do cérebro se comunicam umas com as outras. Isso pode causar sintomas de longo prazo, incluindo fadiga e pensamento e memória prejudicados.
Para o estudo, os pesquisadores compararam exames de ressonância magnética funcional (fMRI) de 108 pacientes com lesão cerebral traumática leve com os de 76 voluntários saudáveis. Eles também avaliaram os pacientes quanto a sintomas contínuos. Cerca de 45% ainda apresentavam sintomas após a lesão cerebral, incluindo fadiga, falta de concentração e dores de cabeça.
Esses pacientes tinham anormalidades na área do cérebro chamada tálamo. Essa região integra todas as informações sensoriais e retransmite essas informações ao redor do cérebro. De alguma forma, a concussão foi associada ao aumento da conectividade entre o tálamo e o resto do cérebro. Com essa conectividade aumentada, à medida que o tálamo tentava se comunicar mais, o prognóstico do paciente era pior.
Os pesquisadores também estudaram dados adicionais de PET (tomografia por emissão de pósitrons). Estes podem medir a composição química regional dos tecidos do corpo. Eles foram capazes de fazer associações com os principais neurotransmissores, dependendo de quais sintomas de longo prazo o paciente apresentava.
Em pacientes que apresentavam problemas cognitivos, como dificuldades de memória, a equipe observou um aumento da conectividade entre o tálamo e as áreas do cérebro que possuem grande quantidade do neurotransmissor noradrenalina. Naqueles com depressão ou irritabilidade, os pesquisadores observaram maior conectividade com áreas do cérebro ricas em serotonina.
Fonte: Brain. DOI: 10.1093/brain/awad056.
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