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01 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Os sobreviventes do terremoto em Gurajat, oeste da Índia, ainda enfrentam a ameaça de surtos de doenças transmissíveis.
O atendimento médico está no limite, apesar de todos os esforços. Em Bhuj, três médicos operaram cerca de 600 pessoas em apenas um dia, informou a emissora de televisão Star News na segunda-feira. "Quase 20 mil pacientes foram atendidos ontem na área mais afetada, em Bhuj", disse o ministro da Saúde, C.P. Thakur, à Reuters Health.
Muitas áreas de Gujarat parecem ter sido bombardeadas e algumas vilas foram varridas do mapa. As pessoas são obrigadas a passar as frias noites de inverno ao ar livre com pouca ou nenhuma água, eletricidade e comida. É muito perigoso voltar às casas danificadas da região, que continua sendo atingida por novos tremores, informaram funcionários do governo.
Em 28 de janeiro, Gujarat sofreu outro terremoto de 5,9 na escala Richter. O primeiro tremor de 26 de janeiro registrou 6,9 na escala.
"A fase aguda em que temos pessoas feridas ainda está em andamento e deve continuar por algum tempo", disse Vijay Kumar, diretor de Doenças Infecciosas do escritório regional do sudeste da Ásia da OMS (Organização Mundial da Saúde), à Reuters Health. "A ameaça de doenças e epidemias deve ocorrer nas próximas duas semanas", disse o especialista.
"As pessoas estão expostas ao frio e podem pegar pneumonia e outras infecções respiratórias", disse Kumar. "O fornecimento de água quase entrou em colapso e as doenças transmitidas pela água estão se tornando um grande problema", informou o representante da OMS.
"Estamos particularmente preocupados com disenteria, cólera e febre tifóide. Também surgem problemas de nutrição que afetam a ocorrência de infecções", acrescentou Kumar. Dependendo da cobertura vacinal, surtos de sarampo também são possíveis.
O país está preparado para combater os surtos de doenças infecciosas, disse Thakur.
"Estamos bem preparados para qualquer surto epidêmico e vamos usar mecanismos de combate. Já conseguimos cloreto de sódio e tabletes de cloro para qualquer eventualidade", disse Thakur.
Segundo representantes da OMS, a decomposição de cadáveres humanos e animais é um problema, mas não representa ameaça do ponto de vista da saúde.
"Nossa experiência mostra que dificilmente existe disseminação de doença por causa disso", disse Kumar. "Acho que é esteticamente inaceitável, mas do ponto de vista de doença existe muito pouca ameaça. Essa não é a nossa maior prioridade", acrescentou o especialista.
Até agora, o governo estima que cerca de 25 mil pessoas morreram no terremoto que devastou Gujarat na manhã de 26 de janeiro.
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