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Brasil: Pesquisa Revela que Médicos Recebem Propaganda Enganosa

São Paulo, 3 de Janeiro de 2001(eHLA). Um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos do Conselho Federal de Farmácia em parceria com o IDEC e a Universidade de Brasília concluiu que a maioria dos anúncios de medicamentos omite dados importantes, e isso muitas vezes pode repercutir nas receitas médicas. O estudo revelou que a maioria das propagandas não citava informações que podem restringir a indicação do remédio, como contra-indicações (73%), reações adversas (70%), precauções (74%) e advertências (84%). Alguns dos medicamentos cujas propagandas foram analisadas não tinham sequer registro no Ministério da Saúde.

Segundo representantes do IDEC, o problema é que 84% dos anúncios não trazem as informações necessárias para uma prescrição adequada. No Código de Defesa do Consumidor a propaganda é enganosa quando omite informações essenciais que podem induzir o consumidor a erro. Embora, indústrias farmacêuticas e médicos não estabeleçam entre si uma relação de consumo, a omissão de qualquer dado imprescindível para o uso do medicamento pode afetar o consumidor. Os laboratórios investem altas quantias em propaganda para atrair a atenção dos médicos e fazer com que eles passem a utilizar seus produtos. Segundo produtores brasileiros, as empresas chegam a gastar 18,5% do seu faturamento com anúncios.

Controle de Propaganda e de Práticas Promocionais de Remédios

Segundo o IDEC, como a legislação permite essas propagandas, ainda que com restrições, algumas medidas devem ser tomadas, como o cuidado com os anúncios na televisão, a proibição de amostras grátis e da propaganda dirigida às crianças. Segundo o Instituto, o mais importante é que haja fiscalização efetiva. A maioria das propagandas já estaria fora de circulação se as leis existentes fossem cumpridas.

Como o Consumidor Deve Agir

· Recuse amostras grátis. Peça ao seu médico o remédio mais eficaz, seguro e barato.
· Solicite que ele escreva o nome genérico do medicamento na prescrição. Assim, você saberá exatamente o que está usando e poderá comprar um genérico mais barato.
· O anúncio de medicamentos dirigido ao consumidor é inútil. Procure orientações a respeito de remédios com seu médico, farmacêutico ou em livros isentos de propaganda ou patrocínio da indústria.
· Não aceite sugestões para comprar remédios de prescrição mais caros na farmácia, caso você não encontre o que foi recomendado pelo seu médico.
· Quase sempre as vitaminas e os suplementos alimentares são desnecessários para quem tem uma dieta balanceada.

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