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Armazenar incorretamente cremes para acne pode torna-los cancerígenos

02 de julho de 2025 (Bibliomed). Um novo estudo alerta que cremes para acne amplamente utilizados podem ser contaminados com um agente cancerígeno conhecido, mesmo se mantidos em temperatura ambiente. Cremes que contêm peróxido de benzoíla (BPO) podem acabar contendo altos níveis de benzeno enquanto estão na prateleira de uma loja ou no armário de remédios, descobriram pesquisadores após testar 111 produtos de grandes varejistas dos EUA.

As marcas testadas contendo peróxido de benzoíla incluíram produtos de diferentes. O peróxido de benzoíla se degrada no cancerígeno benzeno ao longo do tempo quando armazenado em temperatura ambiente, em temperaturas elevadas e quando exposto aos raios ultravioletas da luz solar. Segundo os pesquisadores, esta é a primeira vez que observam produtos de peróxido de benzoíla se degradarem em benzeno em temperaturas normais.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos classifica o benzeno como um conhecido carcinógeno humano, observando que ele aumenta especificamente o risco de leucemia. O peróxido de benzoíla atua como um agente antibacteriano e é encontrado em remédios de venda livre e cremes prescritos para acne e rosácea.

Para o novo estudo, os pesquisadores compraram 111 de cremes para acne em grandes lojas de varejo na Califórnia, Connecticut, Flórida, Illinois, Nova York e Texas. Todos os produtos farmacêuticos BPO testados nos principais varejistas dos EUA pareceram estar substancialmente contaminados com benzeno quando testados logo após serem adquiridos na prateleira. Os resultados mostram que cerca de 34% dos produtos testados continham concentrações de benzeno acima do limite condicional de 2 partes por milhão para medicamentos recomendados pela agência reguladora US Food and Drug Administration (FDA).

No entanto, os pesquisadores destacam que não existem níveis seguros de exposição ao benzeno. A FDA afirma que o benzeno apresenta "toxicidade inaceitável" e seu limite condicional se refere a níveis "inevitáveis" de benzeno contidos em medicamentos "com um avanço terapêutico significativo". Nos testes, os pesquisadores encontraram concentrações de benzeno nos produtos de até 35,3 partes por milhão, além de descobrirem que a refrigeração pode retardar a degradação do peróxido de benzoíla em benzeno.

Fonte: Journal of Investigative Dermatology. DOI: 10.1016/j.jid.2024.09.009.