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03 de junho de 2025 (Bibliomed). Um tratamento experimental com anticorpo monoclonal parece aliviar o distúrbio digestivo colite ulcerativa em pacientes que não responderam a outros medicamentos. O tratamento, chamado tulisokibart, estimulou a remissão dos sintomas em mais de um quarto dos pacientes, em comparação com apenas 1,5% daqueles que tomaram placebo.
A colite ulcerativa é uma forma de doença inflamatória intestinal (DII). As causas exatas da doença permanecem desconhecidas, mas a colite ulcerativa pode ser incapacitante, causando cólicas estomacais, diarreia, perda de peso e sangramento retal.
Os pesquisadores explicam que uma proteína chamada TL1A parece agravar a colite ulcerativa, e acredita-se que o tulisokibart funcione imitando o efeito de anticorpos naturais que têm como alvo o TL1A. O anticorpo monoclonal reduz assim a inflamação e a fibrose (endurecimento dos tecidos) que estão por trás de muitos sintomas da colite ulcerativa.
O estudo de 12 semanas envolveu dois grupos, todas pessoas com colite ulcerativa que estavam tomando esteroides por um longo prazo ou que não tiveram sucesso com outras terapias convencionais e/ou avançadas. Na primeira coorte, 135 pacientes foram selecionados aleatoriamente para receber tulisokibart intravenoso (1.000 miligramas (mg) no dia 1 e 500 mg nas semanas 2, 6 e 10) ou um placebo. Mais de um quarto (26,5%) das pessoas que receberam a nova terapia entraram em remissão na semana 12, relataram os pesquisadores, em comparação com apenas 1,5% das que receberam placebo.
Em uma segunda coorte, os pesquisadores primeiro fizeram com que 43 pacientes passassem por um teste de diagnóstico especialmente projetado para avaliar sua adequação ao tulisokibart. Outros 32 pacientes foram selecionados usando o teste no primeiro grupo de pacientes também. Entre os 75 pacientes que receberam a nova avaliação diagnóstica "Dx-positiva", 31,6% alcançaram remissão da doença na semana 12, em comparação com 10,8% daqueles que receberam o placebo. Em termos de efeitos colaterais, 46% dos pacientes no grupo do tulisokibart e 43% no grupo do placebo tiveram algum tipo de "evento adverso", embora a maioria dos eventos tenha sido classificada como de gravidade leve a moderada.
Um estudo de fase 3 está planejado para examinar mais detalhadamente a segurança e testar a eficácia do tulisokibart em pacientes que o tomam por mais de 12 semanas. Contudo, os pesquisadores esperam que o medicamento possa oferecer aos pacientes uma nova e valiosa opção de tratamento.
Fonte: New England Journal of Medicine DOI: 10.1056/NEJMoa2314076.
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