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Fumantes apresentam baixos níveis de proteína que protege o coração

NEW YORK, (Reuters Health) – Comparados a não fumantes, os fumantes têm níveis mais baixos de paraoxonase (PON), uma proteína do sangue que fornece uma forma de proteção contra doença coronariana, relatam pesquisadores da Suíça. Os resultados do estudo “são altamente coerentes com a hipótese de que modificações séricas da PON poderiam ser um mecanismo pelo qual o tabagismo acelera o processo que conduz à doença arterial,” de acordo com o Dr. Richard W. James e colaboradores do Hospital Universitário em Genebra, Suíça.

A PON, uma enzima ligada ao colesterol HDL (“bom”), pode desempenhar um papel protegendo o colesterol LDL (“mau”) de ser daninho e contribuir para a doença arterial. Baixos níveis séricos de PON foram recentemente identificados como um fator de risco significativo para doença coronariana, explicam os autores.

Os pesquisadores estudaram a atividade e concentração sérica da PON em pacientes com doença cardíaca e em indivíduos saudáveis, enfocando as diferenças entre fumantes atuais, ex-fumantes e os que nunca fumaram. Seus resultados estão publicados na edição de 16 de maio da Circulation: Journal of the American Heart Association. Doença coronariana foi menos provável entre os que nunca fumaram (ausente em 29.7% destes) do que entre fumantes atuais (ausente em 19.7%) e do que entre ex-fumantes (15.0%), relatam os autores. Os fumantes atuais e ex-fumantes também tinham níveis mais baixos de colesterol HDL.

A atividade da PON foi significativamente mais baixa entre fumantes atuais do que entre ex-fumantes ou os que nunca fumaram, observam os pesquisadores. De forma semelhante, as concentrações médias de PON foram mais baixas em fumantes atuais do que entre ex-fumantes ou entre os que nunca fumaram.

Uma vez que paravam de fumar, as atividades e concentrações de PON entre ex-fumantes eram ainda baixas 3 meses após terem deixado de fumar, observam os pesquisadores, mas após 2 anos seus níveis se aproximavam dos daquelas pessoas que nunca tinham fumado.

Quanto mais grave era a doença coronariana entre os pacientes, mais baixas eram sua atividade e níveis séricos de PON, indicam os resultados. Para testar a teoria de que o PON impede o LDL de causar danos pelo oxigênio reativo (oxidantes) no sangue, os pesquisadores misturaram HDL contendo alta concentração de PON com LDL e os expôs à ação de oxidantes. Conforme esperado, concentrações mais altas de PON – na mesma ordem de grandeza das vistas entre fumantes e não fumantes – protegeram o LDL das lesões.

Os resultados são coerentes com as sugestões de que o tabagismo modifica o nível de PON como o que existe no risco aumentado de doença coronariana devido à capacidade reduzida de proteger o LDL e outras lipoproteínas das lesões causadas pelos oxidantes do corpo, concluíram os autores. Mas entre os ex-fumantes, o nível de PON aumenta com o tempo. “Após 2 anos sem fumar, a concentração e atividade da paraoxonase entre ex- fumantes é comparável à de indivíduos que nunca fumaram,” observou James em seu relatório.

“A novidade do nosso estudo é que ele mostra que fumar não apenas torna o colesterol LDL mais tóxico pela produção de radicais livres, mas também enfraquece uma das formas de limitação da oxidação do colesterol LDL,” ele acrescenta. Os pesquisadores também observaram que o diabetes e a idade avançada também são associados com níveis mais baixos de PON. “Pacientes diabéticos parecem estar sujeitos a maiores danos por radicais livres, o que pode também ser um importante fator causal no envelhecimento,” disse James.

FONTE: Circulation 2000;101:2252-2257

Sinopse preparada por Reuters Health

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