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31 de março de 2025 (Bibliomed). A música de câmara, especialmente em sua forma mais íntima como quartetos de cordas, tem o poder de expressar emoções profundas ligadas à perda e ao luto. Compositores como Felix Mendelssohn, Jón Leifs e Giacomo Puccini transformaram suas dores pessoais em obras que falam diretamente ao coração humano, unindo melancolia e beleza. Um ensaio publicado no BMJ aborda a relação entre a música e o luto.
Mendelssohn escreveu seu último quarteto de cordas (Opus 80) após a morte de sua irmã Fanny. A peça, composta meses antes de sua própria morte, é marcada por agitação, descontinuidade e uma melancolia intensa, refletindo seu profundo luto. A obra é uma elegia pessoal e um grito de dor, contrastando com suas composições anteriores, mais doces e inventivas.
Já Jón Leifs, compositor islandês, criou o quarteto Vita et Mors após perder sua filha adolescente em um afogamento. Dividido em três movimentos, a obra reflete a infância, juventude e a eternidade de sua filha, mesclando tristeza, consolo e a beleza da lembrança. Com harmonias angustiadas e pizzicatos delicados, o quarteto ecoa as lágrimas e a saudade de uma perda irreparável.
Por sua vez, Puccini compôs Crisantemi, um breve e sublime lamento em homenagem ao amigo falecido Amadeo di Savoia. Com apenas seis minutos, a obra traduz a dor e o amor em uma expressão espontânea e sincera de luto, simbolizada pelos crisântemos, flores associadas ao luto na Itália.
Essas composições mostram como a música pode transformar a dor em algo universal e eterno, ajudando a refletir sobre a perda, celebrar a memória e encontrar consolo.
Fonte: BMJ. DOI: 10.1136/bmj.q2512.
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