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Por Anne Harding
NOVA YORK (Reuters Health) - Um dia, suplementos de testosterona poderão ajudar os homens a se manter em forma, ativos e felizes em uma idade mais avançada, assim como o estrogênio dá vitalidade às mulheres depois da menopausa, sugeriu um médico.
Entre os 20 e 70 anos de idade, os níveis de testosterona de um homem podem cair até 50 por cento. Um número crescente de médicos se refere a esse declínio como "andropausa", análogo à menopausa nas mulheres.
A terapia de reposição hormonal para homens permanece polêmica. Alguns pesquisadores acreditam que a testosterona extra poderia estimular o desenvolvimento do câncer de próstata e o uso ilícito de hormônios por halterofilistas e outros atletas também têm manchado a imagem do hormônio.
Conforme Malcom Carruthers, a suplementação de testosterona cuidadosamente monitorada para homens com deficiência de hormônio é segura e traz muitos benefícios para saúde.
"É bom não apenas para a próstata, mas também para o coração e a circulação, previne a osteosporose e tem muitos benefícios -- como possivelmente evitar Alzheimer -- que a terapia de reposição hormonal feminina possui", Carruthers, clínico e patologista químico particular em Londres, disse à Reuters Health.
Carruthers criou uma organização, a Andropausve Society, para estudar e apoiar a pesquisa nesta área. Ele também é consultor da AndroScreen.com, um site que oferece informação sobre exames para detectar a deficiência de testosterona e obter tratamento, além de estar trabalhando na formação de uma rede mundial de médicos treinados para tratar a deficiência de testosterona.
De fato, uma quantidade crescente de evidências apóia a idéia de que suplementos de testosterona para homens com baixos níveis do hormônio poderiam fortalecer ossos, aumentar a massa muscular, melhorar as funções cognitivas e a libido e combater a depressão, segundo Natan Bar-Chama. Bar-Chama é diretor do departamento de medicina reprodutiva masculina e cirurgião da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York.
"O campo da andropausa está no seu estágio inicial", disse o pesquisador de Nova York à Reuters Health. "Se comparados aos estudos sobre menopausa, temos um atraso de uma década", disse Bar-Chama. O pesquisador espera que o interesse nesta área aumente dramaticamente num período de cinco a dez anos.
Embora estudos de longo prazo sobre os riscos da suplementação com testosterona ainda não estejam completos, Bar-Chama disse que os resultados preliminares não sugerem que a suplementação provoque um aumento do risco de câncer de próstata.
Novos tipos de gel de testosterona e adesivos têm tornado a suplementação mais segura, acrescentou Bar-Chama. Esses medicamentos aumentam a testosterona, mas não além nos níveis fisiologicamente normais, como as pílulas e injeções podem fazer.
Decidir quem pode ser beneficiado pela testosterona exige a observação de sintomas e análise dos níveis do hormônio.
Os níveis de testosterona variam de uma pessoa para outra e um homem com níveis normais pode ter sintomas de deficiência. Estes sintomas incluem depressão, perda de interesse sexual, função mental fraca, osteosporose e redução da força muscular, segundo Carruthers.
É preciso avaliar vários fatores como a porcentagem de gordura e músculo, densidade dos ossos, função mental e performance sexual para determinar se um homem precisa de testosterona extra, disse Bar-Chama.
O benefício da testosterona na redução da gordura e no aumento da massa muscular não é apenas cosmético, observou o pesquisador. Reduzir a gordura e aumentar a massa muscular pode ajudar a evitar ou conter o progresso de doença cardíaca.
"Existem muitos homens que podem se beneficiar da suplementação com testosterona", disse Bar-Chama. "Existem grandes benefícios, mas também há riscos", explicou o especialista.
Com o desenvolvimento do campo da andropausa, prevê Bar-Chama, os médicos vão definir melhor riscos e benefícios e começar a reduzir estes riscos da mesma forma que os pesquisadores que trabalham com a menopausa diminuíram os efeitos colaterais da suplementação com estrogênio.
Sinopse preparada por Reuters Health
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