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Cantar pode ajudar na reabilitação da fala em pacientes pós-AVC

04 de setembro de 2024 (Bibliomed). Pesquisadores da Universidade de Helsinque descobriram que o canto ajuda na recuperação da linguagem em pacientes que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A afasia, um distúrbio da fala de origem cerebral, afeta cerca de 40% das pessoas que tiveram um AVC, sendo que metade dessas pessoas continua apresentando sintomas de afasia um ano após o ataque.

O estudo, recentemente publicado na revista eNeuro, revela que o canto repara a rede estrutural de linguagem no cérebro. Essa rede é responsável pelo processamento da linguagem e da fala, e em pacientes com afasia, ela está danificada. Pela primeira vez, os pesquisadores demonstraram que a reabilitação através do canto se baseia em mudanças na neuroplasticidade, ou seja, na capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões neurais.

Os resultados mostraram que o canto aumentou o volume de massa cinzenta nas regiões de linguagem do lobo frontal esquerdo e melhorou a conectividade dos tratos de substância branca, especialmente na rede de linguagem do hemisfério esquerdo, mas também no direito. Essas mudanças positivas foram associadas à melhora na produção de fala dos pacientes.

No estudo, 54 pacientes com afasia participaram de sessões de canto em coro, terapia musical e exercícios de canto em casa. Entre eles, 28 foram submetidos a ressonâncias magnéticas no início e no final do estudo para avaliar as mudanças no cérebro.

A afasia afeta significativamente a capacidade funcional e a qualidade de vida dos indivíduos, podendo levar ao isolamento social. Segundo o pesquisador Aleksi Sihvonen, o canto pode ser uma adição econômica às formas convencionais de reabilitação ou uma alternativa para casos leves de distúrbios da fala, especialmente onde o acesso a outras formas de reabilitação é limitado.

O canto pode ser praticado com membros da família ou organizado em unidades de saúde como uma reabilitação em grupo, eficiente e de baixo custo.

Fonte: eNeuro. DOI: 10.1523/ENEURO.0408-23.2024.

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