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ADIS-ABEBA, Etiópia (Reuters) - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, clamou na quinta-feira por uma guerra total contra a epidemia de Aids na África, afirmando aos líderes do continente que essa deveria ser sua prioridade.
Annan, em uma conferência realizada em Adis-Abeba, capital da Etiópia, disse que o mundo mostrava-se lento demais para responder à epidemia que já matou 15 milhões de pessoas na África subsaariana e contamina outras 25 milhões.
Além do enorme custo humanitário, o secretário-geral disse que a Aids havia se tornado um grande obstáculo na luta contra a pobreza e poderia ameaçar a estabilidade política do continente.
Mas Annan insistiu que ainda havia tempo para deter e mesmo reverter o contínuo avanço da doença.
"Em face de tais fardos, nossa resposta deve ser ampla -- uma guerra em muitas frentes. Precisamos de uma mobilização social completa contra a Aids", afirmou o secretário-geral na conferência, que reuniu autoridades africanas, agências da ONU e organizações não-governamentais (ONGs) de ajuda humanitária.
Segundo Annan, nascido em Gana, o mundo estava pronto para investir bilhões de dólares na luta contra a Aids, mas os governos africanos deveriam garantir que o dinheiro fosse gasto nas áreas em que é realmente necessário e em que terá maior eficácia.
"A questão não é saber se mais pessoas irão morrer... A questão é saber quantas gerações mais sofrerão o que a nossa sofre hoje. E quantas gerações mais serão afligidas por um vírus em expansão, por perdas econômicas e sociais catastróficas e por comoventes perdas de vidas humanas."
Cerca de 10 por cento da população da África subsaariana está contaminada com o HIV, que provoca a Aids. Só neste ano, 3,8 milhões de crianças e adultos africanos foram infectados com o vírus.
Sinopse preparada por Reuters Health
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