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EUA: restrição ao aborto aumenta mortes maternas e infantil

16 de dezembro de 2022 (Bibliomed). Os estados norte-americanos com políticas mais restritivas em relação do aborto têm taxas mais altas de mortes de gestante, novas mães e bebês. É o que indica relatório do The Commonwealth Fund, uma fundação privada dos EUA que busca promover a saúde da população carente do país.

Os dados do estudo vieram dos U.S. Centers of Disease Control and Prevention e do Instituto Guttmacher, um grupo de pesquisa e defesa do direito ao aborto que possui um índice sobre os níveis de acesso ao aborto.

Os pesquisadores descobriram que cerca de 39% dos condados nos estados com o acesso mais restritivo ao aborto são "desertos de assistência à maternidade". Nesses estados com acesso mais rígido ao aborto, cerca de 44% dos serviços relacionados ao parto são pagos pelo Medicaid, cobertura que normalmente termina 60 dias após o parto da mulher. Alguns estados estenderam isso para 12 meses em 2020.

A maioria das mortes maternas ocorre no primeiro ano de nascimento. Nisso, os pesquisadores estimaram que 80% das mortes relacionadas à gravidez eram evitáveis.

Os pesquisadores explicam que vários fatores podem interferir na taxa de mortalidade materna e infantil. Segundo eles, alguns grupos - incluindo pessoas de cor, residentes sem seguro e indivíduos de baixa renda - já apresentavam maiores riscos de saúde durante a gravidez, incluindo dificuldade em acessar cuidados consistentes durante a gravidez e após o nascimento dos bebês.

Outras políticas estaduais podem afetar a mortalidade materna, incluindo restrições à cobertura do Medicaid e menos obstetras e parteiras per capita, dizem os pesquisadores, que ressaltam que a redução do acesso ao aborto seguro afeta também os serviços de saúde reprodutiva.

Fonte: The Commonwealth Fund. Issue briefs. December 14, 2022.

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