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28 de Abril de 2000 (Bibliomed). Drogas que podem prevenir o câncer de mama estão sendo desenvolvidas e os médicos já discutem critérios de seleção para usá-las em mulheres de risco. Foi o que afirmou o Dr. Vicente Valero, da Universidade do Texas, no III Seminário Controvérsias em Mastologia, que se realiza no Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, todos os esforços estiveram concentrados nas campanhas de conscientização das mulheres e no desenvolvimento de equipamentos de última geração, capazes de detectar precocemente o câncer de mama. Como se sabe, o que salva muitas vidas é o diagnóstico do tumor em estágios iniciais. A prevenção, porém, parecia um ideal muito distante de ser alcançado.
Dr. Valero disse que em seu país uma destas drogas - o tamoxifeno, antes usado para o controle do câncer de mama - teve seu uso recentemente liberado pelo FDA também na prevenção. Outra substância - o raloxifeno - encontra-se ainda em estudos para o mesmo fim. É empregado atualmente na osteoporose. Ambos agiriam como moduladores de receptores hormonais, impedindo que certos hormônios, como o estrogênio, alimentem a proliferação de células atípicas. Acontece que se o tamoxifeno tem efeitos benéficos sobre a mama, o mesmo não acontece com o aparelho cardiovascular e o útero.
O raloxifeno, ao que tudo indica, trará menores riscos de efeitos colaterais. "Estamos à procura da droga inteligente, que não atinja outros órgãos", esclarece a Dra. Maira Caleffi, mastologista da Santa Casa de Porto Alegre e presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul. "Enquanto isso, torna-se fundamental saber quem deve fazer uso da prevenção, em que dosagem e por quanto tempo. O que está em pauta é oferecer 20 miligramas de tamoxifeno por cinco anos."
Que mulheres devem se prevenir?
Quanto às mulheres, imagina-se que precisem desta prevenção as que têm histórico de câncer lobular in situ (localizado na mama), de hiperplasia, caracterizada pelo aparecimento de atipias celulares, ou a existência de biópsias prévias.
O número de familiares de primeiro grau (mãe, irmã, filha) que tiveram a doença também importa bastante. Idade da primeira menstruação, da primeira gravidez, além da idade atual, são outros itens a serem levados em conta. Cabe somente ao médico decidir sobre a real necessidade de prevenção. E isto será feito a partir de um somatório dos fatores de risco, depois de uma rigorosa avaliação de cada paciente. O bom é saber que esta alternativa existe e reconhecer o avanço que representa.
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