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Uso de maconha na adolescência pode ser prejudicial

14 de fevereiro de 2024 (Bibliomed). Estudo em camundongos da Johns Hopkins revela que o THC, composto psicoativo da maconha, afeta microglias cerebrais, agravando predisposição à esquizofrenia em adolescentes. O uso crescente de maconha por adolescentes nos EUA e globalmente aumenta preocupações sobre os efeitos negativos a longo prazo.

As microglias, células imunes do cérebro, desempenham um papel crítico no desenvolvimento cerebral durante a adolescência. Os pesquisadores suspeitaram que mudanças estruturais nas microglias poderiam alterar a conectividade cerebral e a comunicação nos cérebros ainda em desenvolvimento dos adolescentes.

Para testar sua hipótese, os pesquisadores usaram camundongos geneticamente modificados com uma mutação que imita um risco genético para distúrbios psiquiátricos em humanos, além de camundongos normais para comparação. Os camundongos com a mutação apresentaram alterações no cérebro com ou sem a presença de THC, afetando áreas responsáveis por emoção, aprendizado e memória. O THC resultou em apoptose microglial e redução no número dessas células, especialmente em áreas relacionadas à emoção e memória.

Os camundongos geneticamente modificados tiveram desempenho 40% pior na memória social. Embora o estudo seja em camundongos, os resultados destacam os potenciais riscos do uso de maconha na adolescência.

Pesquisadores defendem mais estudos e aconselham cautela no uso de maconha por adolescentes, ressaltando a necessidade de entender como as anormalidades nas microglias afetam o cérebro em nível molecular e sua relação com a esquizofrenia e outros distúrbios psiquiátricos.

Fonte: Nature Communications. DOI: 10.1038/s41467-023-42276-5.

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