Notícias de saúde

Investimento é Maior Desafio para Telemedicina no País

SÃO PAULO (Reuters) - O principal desafio para expansão da telemedicina no país são os investimentos direcionados do governo para implantar tecnologias especiais em hospitais da rede pública, afirmou Renato Sabbatini, fundador e diretor associado do Núcleo de Informática Biomédica, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"É na rede pública que a telemedicina realmente vai trazer benefícios", disse Sabbatini, em entrevista à Reuters, acrescentando que 75 por cento da medicina do país é praticada no sistema de saúde público.

Especialistas e médicos de todo o país estão reunidos no 2o Congresso Internacional de Telemedicina, que termina na quarta-feira, em São Paulo, para discutir os mais recentes avanços deste novo campo da medicina.

Sabbatini explicou que a telemedicina pretende auxiliar médicos no atendimento à saúde com informações transmitidas através de meios de telecomunicação como cabos, fibras óticas, satélites, Internet, entre outros. Além disso, pode ser uma importante ferramenta no ensino e na pesquisa, de acordo com o médico.

INFRA-ESTRUTURA JÁ ESTÁ MONTADA

Sabbatini afirmou que, atualmente, poucos centros de referência desenvolvem experiências de telemedicina no Brasil, mas grandes avanços foram feitos na formação de infra-estrutura para sua expansão no país.

"Já possuímos um dos elementos mais importantes, a infra-estrutura, agora, temos que difundir as experiências", disse Sabbatini.

"O ano de 2001 vai ser importante para a expansão da telemedicina no país", acrescentou Sabbatini.

Segundo o médico, a privatização das empresas de telecomunicações beneficiou a formação dessa infra-estrutura em universidades, centros de pesquisa, empresas, entre outros.

"Com isso, houve queda nos custos para as instituições, maior disponibilidade de linhas telefônicas, queda nos preços de equipamentos e maior acesso à Internet", explicou Sabbatini.

"Estão surgindo centros de telemedicina em outras cidades fora do eixo Rio-São Paulo, como Curitiba e Uberlândia", disse o médico.

A expansão da telemedicina no país também depende da cultura médica brasileira, segundo Sabbatini. "A cultura médica ainda é resistente a novidades quando não conhece seus benefícios", afirmou o médico, acrescentando que esse fator pode ser vencido por meio da informação.

"Acredito que, com a mudança da cultura médica, em dois anos, haverá uma penetração massiva da telemedicina em hospitais", disse Sabbatini.

Sinopse preparada por Reuters Health

Copyright © 2000 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited.

Faça o seu comentário
Comentários