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Apneia do sono na adolescência pode afetar o desenvolvimento cerebral

31 de outubro de 2023 (Bibliomed). Adolescentes com apneia do sono podem ter cérebros um pouco diferentes dos de seus pares, sugere um novo estudo do Children's Hospital at Montefiore, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores descobriram que, entre quase 100 adolescentes submetidos a varreduras cerebrais, aqueles com apneia obstrutiva do sono tendiam a ter tecido mais fino na superfície do cérebro e alguns sinais de inflamação em uma área do cérebro essencial para a memória e o aprendizado.

O estudo envolveu 98 adolescentes para passar por ressonâncias magnéticas do cérebro: 53 tinham AOS e estavam com sobrepeso ou obesidade; os outros 45 estavam na mesma faixa de peso, mas sem apneia do sono.

Os pesquisadores se concentraram em saber se os dois grupos de crianças apresentavam diferenças na espessura do córtex cerebral (sua camada mais externa) ou na estrutura do hipocampo - uma área do cérebro envolvida na memória e no aprendizado.

No geral, o estudo constatou que os adolescentes com OSA tinham um córtex cerebral mais fino e um volume maior em parte do hipocampo (o que poderia indicar inflamação ou inchaço), em comparação com crianças sem o distúrbio. E quanto mais grave era a condição de apneia, maiores eram essas diferenças cerebrais.

A grande questão é se as diferenças estruturais do cérebro se traduzem em problemas de memória ou aprendizado, ou em dificuldades emocionais ou comportamentais. Outro ponto importante é que os adolescentes com apneia deste estudo ainda não haviam recebido tratamento. Pesquisas em andamento estão analisando se o tratamento altera alguma das diferenças cerebrais observadas na ressonância magnética.

Embora não esteja claro o que as diferenças cerebrais observadas neste estudo podem significar para a vida diária das crianças, sabe-se que a apneia do sono não tratada pode deixar as crianças cansadas e irritadas durante o dia. Elas podem apresentar problemas de atenção, aprendizado e comportamento semelhantes ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Fonte: Sleep. DOI: 10.1093/sleep/zsac201.

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