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Gostar de uma obra de arte afeta a forma como a pessoa se lembra dela

21 de junho de 2023 (Bibliomed). Um novo estudo descobriu que uma experiência estética não se limita apenas às características visuais de uma obra de arte, mas também ao momento em que ela foi visualizada.

O estudo, publicado na revista PNAS, pediu a 124 participantes que olhassem em uma galeria de arte de realidade virtual, que apresentava 48 obras de arte abstratas selecionadas de artistas digitais reconhecidos internacionalmente. Os participantes navegaram pela galeria na tela usando as setas de um teclado de computador, como em um jogo de computador. Isso significava que eles tinham que fazer uma ação deliberada de se virar para olhar cada foto.

Depois de visitarem a galeria virtual, os pesquisadores pediram aos participantes que realizassem três tarefas, com foco em reconhecimento, memória espacial e gosto, respectivamente.

Primeiro, os participantes visualizaram várias obras de arte e relataram se acabaram de vê-las na galeria ou não. Em seguida, eles foram solicitados a colocar obras de arte em um mapa do museu e indicar em qual sala e em qual parede haviam visto a imagem, como um teste de memória espacial. Por fim, os participantes foram solicitados a avaliar o quanto gostaram de cada obra de arte, usando uma escala móvel.

Os pesquisadores descobriram que quanto mais um participante gostava de uma determinada obra de arte, melhor eles se lembravam em qual parede da galeria a tinham visto, ou seja, em que direção estavam olhando durante a visita.

Segundo os autores do estudo, os resultados sugerem um novo componente na maneira como as pessoas respondem à arte. Aparentemente, os experimentos mostram que a maneira como nos voltamos e nos orientamos em relação a uma obra de arte está associada à nossa resposta estética a ela e à experiência que retemos após a encontro estético.

Isso sugere um papel importante para a perspectiva visual em primeira pessoa na experiência estética. A perspectiva em primeira pessoa pode atuar como uma cola mental que liga a própria obra de arte à maneira como respondemos subjetivamente a ela.

Os pesquisadores testaram essas descobertas com dois estudos adicionais envolvendo mais de 150 participantes. Um estudo exigiu que os participantes se concentrassem na abstração das obras de arte, e não no quanto gostavam delas, enquanto o outro administrou o teste de memória 24 horas depois.

Mais uma vez, eles também encontraram a mesma associação entre o fato de o espectador gostar de uma obra de arte e o quão bem ele se lembrava da direção em que estava olhando quando a viu. Isso sugere que a ligação entre gostar e lembrar de frente para a direção não se deve apenas a pensar em gostar, e que a ligação perdura na memória.

Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences. DOI: 10.1073/pnas.2201540119.

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