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São Paulo, 22 de Novembro de 2000 (eHLA). O governo irá propor à indústria farmacêutica a fabricação de remédios para venda fracionada (a granel) em farmácias de todo o País. A medida foi anunciada pelo ministro da Saúde, José Serra, ao participar ontem do seminário Os Medicamentos no Brasil, promovido pelo Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, em Brasília. A proposta está sendo elaborada por técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o ministro, a venda a granel poderá contribuir para a redução de preços dos remédios. “A redução de preço ocorrerá porque o consumidor poderá adquirir nas farmácias apenas a quantidade de remédio prescrita pelo médico”, afirmou o ministro. Atualmente, se a pessoa precisa tomar um antibiótico, por exemplo, é obrigada a comprar quantidades maiores de cápsulas ou comprimidos de um determinado produto porque as farmácias não trabalham com a venda fracionada, prática comum nos Estados Unidos, Canadá e Europa.
Remédios Genéricos
Uma pesquisa do Conselho Regional de Farmácia em Brasília mostrou que 86 dos 300 remédios mais vendidos no Brasil tiveram redução de vendas de até 35% entre agosto de 1999 e agosto deste ano. Destes, 23 deles têm genéricos e 82 têm similares disponíveis no mercado. Os genéricos e similares são vendidos a preços bem menores que os remédios de marca. Para os representantes do Conselho, a queda nas vendas dos remédios de marca é reflexo da entrada dos genéricos no mercado.
Outro reflexo do desenvolvimento dos genéricos no País foi a união dos laboratórios Biosintética do Brasil e Teva, de Israel, que anunciaram a criação do BioTeva. A junção das empresas significa que em dois anos o Brasil terá um laboratório que fabricará apenas remédios genéricos. Até o fim do próximo ano, a nova empresa pretende colocar no mercado 50 genéricos. "São medicamentos de alta qualidade e 40% mais baratos", disse o vice-presidente do Biosintética, Omilton Visconde Júnior. Segundo ele, os remédios do BioTeva beneficiarão principalmente o consumidor que tem doença crônica e não faz o tratamento adequado por falta de opção no preço. A nova empresa pretende faturar US$ 25 milhões até o fim de 2001. Foram investidos cerca de US$ 3 milhões na primeira fase e outros US$ 25 milhões serão aplicados para finalizar o projeto.
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