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Quais sequelas crianças e adolescentes podem ter depois do Covid-19?

15 de setembro de 2022 (Bibliomed). Muitos adultos hospitalizados com doença de coronavírus 2019 (COVID) apresentaram condições pós-COVID. As pesquisas que avaliam os resultados pós-alta de crianças e adolescentes hospitalizados por COVID-19 aguda ou síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C) são limitadas, especialmente para aquelas crianças que ficaram gravemente doentes.

Pesquisa buscou avaliar os fatores de risco para sequelas pós-alta em crianças e adolescentes hospitalizados por doença aguda por coronavírus 2019 (COVID-19) ou síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C).

Traou-se de um estudo de coorte prospectivo multicêntrico realizado em 25 hospitais pediátricos dos Estados Unidos. Foram avaliados pacientes <21 anos, hospitalizados de maio de 2020 a maio de 2021 por COVID-19 agudo ou MIS-C com acompanhamento de 2 a 4 meses após a admissão. Foram consideradas reinternações, sintomas persistentes ou comprometimento da atividade e novas morbidades.

Dos 358 pacientes elegíveis, dados de pesquisa de 2 a 4 meses estavam disponíveis para 119 de 155 (76,8%) com COVID-19 aguda e 160 de 203 (78,8%) com MIS-C. Treze (11%) pacientes com COVID-19 agudo e 12 (8%) com MIS-C tiveram readmissão hospitalar. Trinta e dois (26,9%) pacientes com COVID-19 aguda apresentaram sintomas persistentes (22,7%) ou comprometimento da atividade (14,3%) e 48 (30,0%) com MIS-C apresentaram sintomas persistentes (20,0%) ou comprometimento da atividade (21,3%). Para pacientes com COVID-19 aguda, sintomas persistentes (aRR, 1,29) e comprometimento da atividade (aRR, 1,37) foram associados a mais sistemas orgânicos envolvidos. Pacientes com MIS-C e condições respiratórias pré-existentes apresentaram sintomas persistentes com mais frequência (aRR, 3,09) e aqueles com obesidade apresentaram comprometimento da atividade com maior frequência (aRR, 2,52). Novas morbidades foram infrequentes (9% COVID-19, 1% MIS-C).

O estudo concluiu que mais de 1 em cada 4 crianças hospitalizadas com COVID-19 aguda ou MIS-C apresentaram sintomas persistentes ou comprometimento da atividade por pelo menos 2 meses. Pacientes com MIS-C e condições respiratórias ou obesidade correm maior risco de ter uma recuperação prolongada.

Fonte: Pediatrics (2022). DOI: 10.1542/peds.2022-057798.

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