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Adversidades na infância aumenta risco de doença quando adulto

25 de novembro de 2021 (Bibliomed). Abordar as desigualdades sociais na saúde é uma grande prioridade de saúde pública. O acúmulo de adversidades sociais durante a infância tem um impacto profundo na saúde ao longo da vida, e um risco até quatro vezes maior de mortalidade prematura no início da idade adulta foi demonstrado anteriormente entre crianças com níveis elevados de adversidades durante a infância. As crianças expostas a adversidades podem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças durante a infância e na vida adulta devido ao comprometimento do desenvolvimento fisiológico e mental.

Para explorar essa hipótese, pesquisadores estudaram os padrões de hospitalização ao longo da infância e na vida adulta entre aqueles indivíduos expostos a diferentes trajetórias de adversidades durante a infância.

No estudo, foram usados dados atualizados de registros nacionais dinamarqueses cobrindo mais de meio milhão de crianças (com idades entre 0-15 anos) nascidas entre 1994 e 2001. As crianças vivas e residentes na Dinamarca aos 16 anos foram incluídas na análise.

508.168 crianças nascidas entre 1º de janeiro de 1994 e 31 de dezembro de 2001 foram acompanhadas até 31 de dezembro de 2018, capturando mais de 3,8 milhões de internações hospitalares desde o nascimento até o início da idade adulta. As taxas de hospitalização foram consistentemente mais altas em todos os quatro grupos de adversidade em comparação com o grupo de baixa adversidade. O grupo de alta adversidade (14.577 crianças, 3%), que foi exposto a adversidades de privação, perda familiar e dinâmica familiar negativa, teve uma taxa marcadamente maior de hospitalizações em todas as idades. Por exemplo, foram observadas 243 admissões hospitalares adicionais por 1000 pessoas-ano no grupo de adversidade alta versus baixa para aqueles com idade entre 16–24 anos. Essas associações foram particularmente fortes para diagnósticos relacionados a lesões, sintomas não especificados e fatores que influenciam os contatos com os serviços de saúde (por exemplo, exames de saúde e observação). Eles também cobriram uma carga considerável de doenças respiratórias e infecciosas, malformações congênitas, doenças do sistema nervoso (especialmente no início da vida), diagnósticos mentais e comportamentais e diagnósticos relacionados à gravidez e ao parto no início da vida adulta.

Assim, a ligação direta entre as adversidades da infância e os maus resultados de saúde ao longo da vida destaca a necessidade de atenção à saúde pública e às políticas para melhorar as circunstâncias socioeconômicas em que as crianças nascem para prevenir o surgimento precoce de desigualdades em saúde.

Fonte: The Lancet Publica Health. DOI: 10.1016/S2468-2667(21)00158-4.