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Por que alguns pacientes com COVID-19 ficam gravemente doentes?

06 de julho de 2021 (Bibliomed). Pacientes com diagnóstico de doença coronavírus 2019 (COVID-19) tornam-se gravemente enfermos principalmente na época da ativação da resposta imune adaptativa. Notavelmente, muitos dos pacientes COVID-19 com doença grave mostram uma piora dramática da doença em torno de 1-2 semanas após o início dos sintomas. Sugere-se que isso não seja um efeito direto da infecção viral, mas sim causado pela hiperativação do sistema imunológico em resposta à infecção, pois o agravamento da doença coincide com a ativação da imunidade adaptativa. Esta resposta imune excessiva é frequentemente descrita como uma "tempestade de citocinas", caracterizada por altas concentrações de citocinas pró-inflamatórias.

Em geral, os anticorpos são benéficos para a defesa do hospedeiro, fornecendo vários mecanismos para neutralizar infecções, incluindo neutralização de patógenos, fagocitose, ativação do complemento, citotoxicidade celular dependente de anticorpos e produção de citocinas.

Pesquisadores holandeses, da UMC de Amsterdã, descobriram por que os pacientes com COVID-19 podem ficar gravemente doentes após a infecção com o coronavírus. Verificaram que os pacientes graves com COVID-19 produzem anticorpos aberrantes contra o coronavírus, o que piora dramaticamente o curso da doença.

Ainda não está claro como as infecções graves por SARS-CoV-2 levam à geração de anticorpos IgG com glicosilação aberrante. Em relação à quantidade total de IgG em circulação, as alterações na glicosilação estão associadas à idade e ao sexo, o que resulta em uma leve diminuição da fucosilação de IgG com a idade. No entanto, em pacientes gravemente enfermos com COVID-19, é especificamente o IgG anti-pico que mostra menor fucosilação. Embora a produção de IgG fucosilada pareça ser um mecanismo geral em resposta a vírus envelopados, não está claro por que a fucosilação é mais pronunciada em pacientes com COVID-19 que desenvolvem doença grave em comparação com doença leve.

Fonte: Science Translational Medicine. DOI: 10.1126/scitranslmed.abf8654.