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Crianças têm mais probabilidade de espalhar COVID-19 para outras pessoas

12 de fevereiro de 2021 (Bibliomed). Embora as crianças sejam menos suscetíveis à doença do novo coronavírus, elas têm quase 60% mais probabilidade do que adultos com mais de 60 anos de infectar outros membros da família quando estão doentes, mostra um novo estudo da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 27.000 domicílios em Wuhan, China, que confirmaram casos de COVID-19 entre 2 de dezembro de 2019 e 18 de abril de 2020, um período de pico de transmissão da doença COVID-19 na cidade que foi o primeiro epicentro da pandemia.

Pesquisas anteriores descobriram que as crianças eliminam o coronavírus que causa COVID-19 em taxas semelhantes às dos adultos. De acordo com os autores, a maior infectividade das crianças neste estudo pode ser devido ao contato próximo com os pais e outros parentes que cuidam deles.

Eles observaram que a contribuição geral dos casos de crianças para a transmissão domiciliar de COVID-19 ainda era limitada porque as crianças infectadas eram isoladas mais rapidamente do que os adultos infectados.

Descobriu-se que bebês menores de 1 anos tinham uma probabilidade significativamente maior de serem infectados com COVID-19 do que crianças entre 2 e 5 anos de idade. Isso pode ser devido a uma combinação de seus sistemas imunológicos ainda em desenvolvimento e seu contato próximo com adultos.

O estudo também mostrou que:

- Pessoas que estavam assintomáticas durante toda a infecção eram 80% menos infecciosas do que pessoas com sintomas, e pessoas pré-sintomáticas eram cerca de 40% mais infecciosas que as sintomáticas.

- A taxa de ataque secundário - a probabilidade de uma pessoa com COVID-19 infectar outro membro de sua casa - foi de 15,6%, uma taxa semelhante a outros patógenos respiratórios.

- Os adultos mais velhos tinham maior probabilidade de se infectar do que os membros mais jovens da família, especialmente aqueles com menos de 20 anos.

- Enquanto as crianças eram menos suscetíveis à infecção por COVID-19 do que os adultos e geralmente apresentavam sintomas menos graves, elas eram tão propensas a desenvolver os sintomas quanto os adultos.

Fonte: Lancet Infectious Diseases. DOI: 10.1016/S1473-3099(20)30981-6.