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Vacina da AstraZeneca não é totalmente eficaz contra variante sul-africana da COVID-19

08 de fevereiro de 2021 (Bibliomed). De acordo com pesquisadores da África do Sul, a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca não é muito eficaz conta a variante B.1.351 do novo coronavírus encontrada no país. As descobertas foram um golpe devastador para os esforços para combater a pandemia.

A variante conhecida com B.1.351 já se espalhou para pelo menos 32 países, e segundo cientistas a imunidade adquirida naturalmente parece não proteger contra casos leves ou moderados de reinfecção pela variante. Não ficou claro a partir dos estudos delineados por cientistas sul-africanos se a vacina AstraZeneca-Oxford protegeu contra doenças graves da variante B.1.351.

No ensaio AstraZeneca-Oxford na África do Sul, cerca de 2.000 participantes receberam duas doses da vacina ou injeções de placebo. Não houve praticamente nenhuma diferença no número de pessoas nos grupos da vacina e do placebo que foram infectadas com B.1.351, sugerindo que a vacina fez pouco para proteger contra a nova variante. Dezenove das 748 pessoas no grupo que recebeu a vacina foram infectadas com a nova variante, em comparação com 20 de 714 pessoas no grupo que recebeu o placebo. Isso equivale a uma eficácia da vacina de 10%, embora os cientistas não tivessem confiança estatística suficiente para saber com certeza se esse número se manteria entre mais pessoas.

Os participantes do ensaio clínico, realizado pela Universidade de Witwatersrand, eram relativamente jovens e provavelmente não adoeciam gravemente, tornando impossível para os cientistas determinar se a variante interferia na capacidade da vacina AstraZeneca-Oxford de proteger contra Covid-19 grave, hospitalizações ou mortes.

No entanto, com base nas respostas imunológicas detectadas em amostras de sangue de pessoas que receberam a vacina, os cientistas disseram acreditar que a vacina ainda poderia proteger contra casos mais graves.

Se outros estudos mostrarem que sim, as autoridades de saúde sul-africanas disseram no domingo que considerariam retomar o uso da vacina AstraZeneca-Oxford. A África do Sul recebeu recentemente um milhão de doses dessa vacina.

Mesmo assim, o fato de que mostrou eficácia mínima na prevenção de casos leves e moderados da nova variante acrescentou à evidência crescente de que B.1.351 torna as vacinas atuais menos eficazes. Os resultados dessas pesquisas não foram publicados em um jornal científico.

A Pfizer e a Moderna afirmaram que estudos laboratoriais preliminares indicam que suas vacinas, embora protetoras, são menos eficazes contra o B.1.351. A Novavax e a Johnson&Johnson também sequenciaram amostras de teste de seus participantes de ensaios clínicos na África do Sul, onde B.1.351 causou a grande maioria dos casos - e ambos relataram menor eficácia lá do que nos Estados Unidos.

Com base nesses resultados, as doses da vacina AstraZeneca-Oxford adquiridas pela África do Sul serão armazenadas até novos testes. As autoridades de saúde sul-africanas informaram que utilizarão a vacina da Johnson&Johnson, que tem forte eficácia na prevenção de casos graves e hospitalizações causadas pela nova variante, para imunizar profissionais de saúde nas próximas semanas.

A Johnson & Johnson solicitou uma autorização de uso de emergência na África do Sul. Mas as autoridades de saúde indicaram que antes mesmo de ser autorizada, alguns profissionais de saúde poderiam receber a vacina como parte de um ensaio em andamento.

Fonte: The New York Times. January 07, 2021.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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