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Vacina experimental contra herpes se mostra promissora em testes de laboratório

11 de dezembro de 2020 (Bibliomed). Os cientistas estão relatando o sucesso inicial de uma vacina experimental contra o herpes que usa uma versão geneticamente modificada do vírus. A edição do gene impede que o vírus execute sua manobra evasiva normal: se esconder nas células do sistema nervoso para escapar do sistema imunológico.

Segundo os pesquisadores, até agora, a vacina foi testada apenas em animais de laboratório. Mas os cientistas esperam que o ajuste genético acabe permitindo que a vacina tenha sucesso onde as anteriores falharam. O alvo é o vírus herpes simplex, ou HSV, que em humanos inclui HSV-1 e HSV-2. Ambos podem causar herpes genital, embora o HSV-1 seja mais conhecido por provocar herpes labial.

Globalmente, meio bilhão de pessoas com idades entre 15 e 49 anos têm infecção por herpes genital, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Para os pesquisadores, esses números por si só mostram que há uma "enorme necessidade" de uma vacina.

Para escapar do sistema imunológico, o vírus entra nas células nervosas e permanece lá em um estado dormente. Ele pode voltar a ficar ativo periodicamente, chegando à pele e causando feridas e outros sintomas. Além desses surtos, a infecção por HSV às vezes pode levar a complicações. Mulheres grávidas podem, raramente, passá-lo para seus recém-nascidos, que podem ficar muito doentes ou morrer.

Feridas genitais e infecção HSV ativa também deixam as pessoas mais vulneráveis ??a contrair o HIV. O herpes genital também cobra um preço psicológico, porque é uma infecção vitalícia que as pessoas podem transmitir aos seus parceiros, mesmo quando não apresentam sintomas.

É por isso que os pesquisadores vêm tentando há anos criar uma vacina preventiva - sem sucesso até agora. Os pesquisadores explicam que um problema é que algumas vacinas candidatas usam apenas um subconjunto de componentes do HSV, ou antígenos, para tentar gerar uma resposta imunológica. E isso pode não ser suficiente: uma vacina com esse desenho falhou em prevenir a infecção por HSV-2 em um ensaio clínico envolvendo milhares de mulheres jovens.

Para o estudo, os pesquisadores testaram uma vacina feita com uma forma viva e enfraquecida do HSV-1 que tem uma edição genética importante: impede que o vírus avance para o sistema nervoso, enquanto permite que ele se replique fora do tecido nervoso, para desenhar uma resposta imune. Em experimentos de laboratório com cobaias, a tática se mostrou promissora: dos 12 animais que receberam injeções cutâneas da vacina, apenas um desenvolveu feridas após a exposição ao HSV-2. Em contraste, feridas surgiram em 10 das 12 cobaias que não receberam vacina e em cinco das 12 que receberam a vacina que falhou no ensaio clínico anterior em humanos.

Além disso, a vacina modificada reduziu o período de eliminação do vírus em mais da metade, de 29 dias para cerca de 13. Isso é importante, explicam os autores, porque em humanos é a eliminação do vírus que pode transmitir a infecção, mesmo quando não há feridas presentes.

Fonte: npj Vaccines. DOI: 10.1038/s41541-020-00254-8.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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