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Microplásticos são encontrados nos principais órgãos humanos

02 de setembro de 2020 (Bibliomed). Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, encontraram evidencias de contaminação por plástico em amostras de tecido retiradas de pulmões, fígado, baço e rins de cadáveres humanos doados.

Há muito existe a preocupação de que os produtos químicos nos plásticos possam ter uma ampla gama de efeitos sobre a saúde, desde diabetes e obesidade até disfunção sexual e infertilidade. Mas a presença dessas partículas microscópicas nos órgãos principais também aumenta o potencial de que possam atuar como irritantes cancerígenos da mesma forma que o amianto, explicam os especialistas.

Para este estudo, os pesquisdores analisaram 47 amostras de tecido fornecidas pelo Banner Neurodegenerative Disease Research Center da Universidade do Estado do Arizona, que construiu um banco de cérebro e corpo de doadores como parte da pesquisa em condições como a doença de Alzheimer.

Os pesquisadores estavam procurando especificamente pela presença de partículas tão pequenas que pudessem ser transferidas do sistema digestivo para a corrente sanguínea, onde circulariam com o fluxo sanguíneo e ficariam presas em órgãos de filtração como os pulmões, os rins ou o fígado.

A equipe desenvolveu um procedimento para extrair microplásticos de amostras de tecido e, em seguida, analisou-os usando uma técnica chamada espectrometria. Microplásticos são fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro, ou cerca de 0,2 polegadas, pouco visíveis ao olho humano. Os pesquisadores também estavam procurando por partículas nanoplásticas, com diâmetro de 1 mícron ou 0,001 mm. Um cabelo humano tem um diâmetro de cerca de 50 mícrons.

Os pesquisadores usaram o trabalho para criar uma calculadora online que ajudará outros cientistas a converter informações sobre a contagem de partículas de plástico em unidades padrão de massa e área de superfície, o que ajudará a avaliar quanto plástico invadiu órgãos humanos específicos. De acordo com eles, a calculadora vai criar um mapa de exposição para o corpo humano.

Os autores ressaltam que as pessoas que querem evitar a ingestão de plástico estão sem sorte, dado todo o plástico do ambiente que é constantemente reduzido a partículas microscópicas, estando presentes no ar, na água e em alguns alimentos. Essa pesquisa é considerada preliminar até ser publicada em um periódico com revisão por pares.

Fonte: American Chemical Society's Virtual Annual Meeting. August 17 - 20, 2020.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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