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Fios de Cabelo de Beethoven Provam Intoxicação por Chumbo

Por Meredith Grossman

NAPERVILLE, EUA(Reuters) - Fios de cabelo tirados da cabeça do Ludwig von Beethoven em 1827 sugerem que a intoxicação por chumbo causou a doença crônica que vitimou o compositor durante anos e pode ter contribuído para sua morte, afirmaram pesquisadores na terça-feira.

O estudo descobriu concentrações de chumbo mais de 100 vezes superiores à quantidade encontrada em cabelo humano saudável, disse William Walsh, do Instituto de Pesquisa em Saúde, em Naperville, Illinois, onde oito fios do cabelo do compositor foram analisados durante quatro anos.

"Cada uma das amostras estudada...apresentava níveis (de chumbo) muito acima da média", disse Walsh em um comunicado.

Beethoven, que morreu em 1827, aos 57 anos, consultou diversos médicos em busca de uma cura para sua doença, que começou a se manifestar quando o compositor tinha perto de 20 anos.

Antes de morrer Beethoven escreveu uma carta endereçada aos seus irmãos. A nota dizia: "Assim que eu morra, se o Dr. Schmidt estiver ainda vivo, perguntem a ele em meu nome para que ele descubra qual é minha doença e juntem a este escrito a seu arquivo sobre meu mal, assim o mundo vai reconciliar-se comigo depois da minha morte."

Segundo Walsh, Beethoven sofria de dor abdominal grave, depressão e irritabilidade, todos sintomas de intoxicação por chumbo.

A origem da intoxicação pelo metal pesado, no entanto, ainda é um mistério. "Não sabemos qual a fonte da contaminação de Beethoven", disse Walsh.

De acordo com os pesquisadores, o estudo também ajudou a descartar a possibilidade do compositor ter tido sífilis -doença que era tida como a causa de seus sofrimentos.

Walsh e sua equipe afirmaram que o cabelo de Beethoven apresentou níveis não-detectáveis de mercúrio, que teria sido o tratamento mais provável para sífilis e caso fosse consumido estaria presente em grandes quantidades no cabelo do compositor.

Os oito fios de cabelo foram analisados através de dois métodos diferentes. Dois fios foram destruídos no Instituto de Pesquisa McCrone, em Chicago, para que fosse determinada sua composição.

Os outros seis fios foram examinados utilizando intensidade de fluorescência de raio X no Laboratório Nacional Argonne, em Argonne, Illinois, deixando-os intactos para análise futura.

Sinopse preparada por Reuters Health

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