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09 de abril de 2019 (Bibliomed). A fibrilação atrial (FA) é o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum e é a causa de 20% a 30% de todos os acidentes vasculares cerebrais (AVC) e aumenta o risco de morte prematura. Os sintomas incluem palpitações, falta de ar, cansaço e dificuldade para se exercitar. O tratamento recomendado para a FA é a ablação por cateter, visando à queima ou congelamento de tecido cardíaco que causa FA, para restaurar o ritmo normal após falha ou intolerância ao tratamento medicamentoso.
Estudo apresentado no Congresso da European Heart Rhythm Association 2019 (EHRA 2019), que ocorreu de 17 a 19 de março de 2019 em Lisboa, Portugal, mostrou que um procedimento de ablação por cateter que inclui apenas os itens essenciais e oferece os mesmos resultados poderia reduzir as listas de espera para pacientes com FA.
O estudo AVATAR-AF elimina o mapeamento elétrico das veias pulmonares, diminuindo a necessidade de cateteres de veias pulmonares, equipamentos de registro elétrico e pessoal treinado para usar o equipamento. Com o protocolo simplificado, 30% a mais de pacientes poderiam receber ablação por cateter pelo mesmo custo.
O estudo envolveu 321 pacientes com FA necessitando de controle dos sintomas. Os pacientes foram alocados aleatoriamente para um dos três tratamentos: 1) protocolo AVATAR com ablação por criobaleína e alta hospitalar no mesmo dia; 2) drogas antiarrítmicas; 3) ablação por criobalão convencional com mapeamento de veias pulmonares e hospitalização noturna.
Para todos os pacientes, houve um período de tratamento de 12 semanas durante o qual os procedimentos foram realizados e os medicamentos foram otimizados. O desfecho primário foi se os pacientes precisavam comparecer ao hospital novamente após esse período.
Em um ano, 21% dos pacientes do grupo AVATAR precisaram de tratamento hospitalar para aliviar os sintomas. Isto foi significativamente menor do que no grupo de terapia medicamentosa, dos quais 76% necessitaram de terapia (p<0,0001), e não significativamente diferente do grupo de ablação convencional, dos quais 18% necessitaram de tratamento (p=0,6).
De acordo com o estudo, algumas das partes mais técnicas do procedimento podem ser omitidas, tornando-se mais fácil, mais barato e mais rápido, sem sacrificar os resultados. Os pesquisadores ressaltam que 80% dos pacientes não precisaram de retorno após o procedimento, e que apesar de o monitoramento regular ser feito com medicamentos, o acompanhamento a longo prazo é desnecessário, sendo que o próprio paciente poderia entrar
De acordo com os autores, o estudo dá a primeira prova direta de que a ablação é melhor do que drogas para controlar os sintomas e evitar o tratamento hospitalar. Além disso, os resultados também questionam o valor da terapia medicamentosa e se a ablação por cateter deve ser o tratamento de primeira linha para pacientes com FA com sintomas.
Fonte: Congresso da European Heart Rhythm Association 2019 - Lisboa, Portugal, 17 a 19 de março de 2019.
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