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Notícias sensacionalistas sobre novos tratamentos para o câncer podem ter impactos negativos em pacientes

11 de novembro de 2015 (Bibliomed). As notícias que prometem de forma irresponsável um "avanço", “mudanças nos tratamentos”, “novas drogas contra o câncer”, poderiam aumentar as esperanças dos pacientes desesperados, sugere um novo estudo. Os resultados do estudo foram publicados on-line 29 de outubro na revista JAMA Oncology.

Pesquisadores buscaram, através do mecanismo de busaca do Google, por 10 superlativos específicos usados ​​em conjunto com o termo "droga contra o câncer." A pesquisa incluiu as  palavras “descoberta”, “mudança de jogo” (game changer), milagre, cura, revolucionário, transformador, inovadora e maravilha, entre outras (a pesquisa foi realizada com os termos originais em inglês).

Os pesquisadores descobriram que 18 dos 36 medicamentos descritos não tinha sido aprovado pela FDA (Food and Drug Administration dos Estados Unidos) para qualquer nas pessoas. Cinco dos 36 ainda não tinham sido testado em seres humanos; as histórias foram baseadas em pesquisas de laboratório envolvendo ratos ou culturas de células.

Mais de metade das vezes os jornalistas que escreveram os artigos incluíram os termos  superlativos por conta própria, sem atribuí-la a uma fonte. Os médicos usaram os termos excitantes em 27% das vezes, os especialistas da indústria em 9%, e pacientes em 8% das vezes.

Vale citar que apenas cinco dias de notícias em junho passado continham 94 artigos que elogiavam de maneira superlativa 36 diferentes medicamentos contra o câncer, os investigadores descobriram ao pesquisar no Google.

Infelizmente, metade das drogas "maravilhosas" não tinham sido aprovadas pelo FDA - Food and Drug Administration, e 14% nunca tinham sido testadas em seres humanos, os resultados mostraram. Segundo os autores, o efeito final é de uma real confusão. Os pacientes com câncer são os mais prejudicados por este tipo de publicidade.

Os jornalistas devem continuar a cobrir os avanços da ciência, dizem os especialistas, mas devem evitar o uso de retórica exagerada e fornecer um contexto importante para o entendimento de cada estudo e falhas potenciais.

Fonte: JAMA Oncology - online - 29 Outubro 2015

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