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Câncer de mama: mastectomia dupla não é benéfica para todas as mulheres

23 de outubro de 2013 (Bibliomed). Depois que a atriz Angelina Jolie anunciou publicamente que havia se submetido a uma mastectomia preventiva, ou seja, a uma cirurgia para retirada das mamas como forma de prevenção do câncer de mama, houve um aumento considerável na procura por este procedimento nos consultórios médicos. Contudo, pesquisadores alertam que essa prática não é indicada para todas as mulheres.

Angelina descobriu através de um exame genético ser portadora da mutação genética BRCA, que promove o aumento do risco de desenvolvimento de câncer. Com base no histórico familiar da doença (a mãe da atriz faleceu de câncer de mama), decidiu-se pelo procedimento de retirada das mamas.

Um estudo apresentado recentemente no 99º Congresso Clínico Anual do Colégio Americano de Cirurgiões, nos Estados Unidos, mostrou que para a maioria das mulheres não há uma boa razão oncológica para fazer uma mastectomia profilática, já que o risco de câncer na outra mama é baixo e existem outras alternativas eficazes para prevenção.

De acordo com o chefe de oncologia cirúrgica na Universidade de Minnesota, Dr. Todd Tuttle, cerca de 20% das mulheres nos Estados Unidos que têm câncer em uma das mamas sofrem mastectomia dupla. Este número representa um aumento dramático considerando que na década de 1990 essa taxa chegava a apenas 1%.

Para o pesquisador, as possíveis razões para o aumento de mastectomias preventivas incluem o desenvolvimento da técnica cirúrgica e dos processos de reconstrução mamária, a conscientização sobre o câncer de mama de origem genético e a publicidade sobre as celebridades que se submeteram ao procedimento. Dr. Tottle ressalta que existe na classe científica uma preocupação sobre as percepções equivocadas das mulheres sobre o risco de câncer de mama contralateral e os benefícios potenciais de sobrevivência ao ter os dois seios removidos.

Fonte: 99th Annual Clinical Congress, 06 a 10 de outubro, Washington, Estados Unidos

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