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Problemas mentais geram afastamento do trabalho

06 de maio de 2013 (Bibliomed).Os transtornos mentais são a terceira causa de longos afastamentos do trabalho por doença no Brasil. Esses causaram, ainda, ao pagamento de mais de R$211 milhões a novos beneficiários da previdência em 2011.

Estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP – USP) mostra que um ambiente de trabalho com pouco apoio social, excessivas demandas e baixo controle sobre as tarefas, recompensas inadequadas ao nível de esforço do trabalhador e o comprometimento individual excessivo são fatores que aumentam a chance de ocorrência de afastamento.

Realizado pelo médico do trabalho João Silvestre da Silva-Júnior, o trabalho contou com 385 participantes que foram solicitar benefícios na unidade de perícia do INSS no Glicério, localizado no centro de São Paulo. Desses, 160 apresentaram transtornos mentais.

De acordo com Silva-Júnior, os questionários respondidos pelos participantes incluíam perguntas sobre dados sociodemográficos, hábitos e estilos de vida, como fumar, beber e prática de atividades físicas, e sobre sua condição de saúde geral. Os entrevistados foram questionados, também, sobre o trabalho que realizavam e há quanto tempo os faziam, além da percepção da presença de fatores psicossociais que indicassem a existência de um ambiente de trabalho estressor que pudesse levar ao problema mental.

Os resultados mostraram que os maiores riscos de afastamento do trabalho por doenças mentais foram observados entre mulheres, pessoas que se autodeclararam brancas, com alta escolaridade (mais de 11 anos de estudo), com alto consumo de cigarros e bebidas alcoólicas.

Pessoas que vivenciaram situações de violência no trabalho tinham mais chances de se afastarem por problemas mentais. Fatores psicossociais negativos, como a realização de trabalho de alta exigência, no qual estavam envolvidas muitas tarefas, sem controle da parte do trabalhador e a presença de outras doenças também aumentavam as chances de afastamento.

O trabalho sugere a realização de uma melhor investigação sobre as condições psicossociais no ambiente de trabalha para implantação de ações de prevenção, além de maior fiscalização das empresas por órgãos públicos.

Fonte: Agência USP,

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