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O que são?

Os distúrbios conhecidos como hipersonias são situações pautadas pelo excesso de horas de sono. O indivíduo portador da doença necessita de um número anormalmente grande de horas de sono para se sentir revigorado.

As hipersonias são habitualmente divididas em três tipos principais: hipersonia recorrente, hipersonia idiopática e hipersonia pós-traumática.

Quais as suas características?

A hipersonia recorrente é caracterizada por episódios repetidos de sono excessivo, intercalados por períodos variáveis (semanas a meses) de sono normal.

O doente queixa-se tipicamente de sonolência excessiva durante o dia, apesar de ter dormido pelo menos dezoito horas na noite anterior. Tais episódios costumam ocorrer uma a duas vezes no ano, e duram cerca de três dias até três semanas. Para se firmar o diagnóstico de hipersonia recorrente é necessário descartar outras causas de insônia, especialmente a narcolepsia e a apnéia do sono.

A hipersonia idiopática é possivelmente resultado de uma alteração do sistema nervoso central, que gera sonolência excessiva durante o dia apesar de um número de horas de sono normal ou prolongado (geralmente maior ou igual a oito horas de sono).

O doente costuma relatar que permanece com sono apesar de ter dormido uma quantidade razoável de horas durante a noite, sendo que tal sono noturno inclusive fora profundo. Este distúrbio afeta indivíduos com idade menor que 25 anos, sendo que seu início é insidioso. Para se fechar o diagnóstico é necessário que os sintomas estejam presentes por pelo menos seis meses.

A hipersonia pós-traumática caracteriza-se pela ocorrência de sonolência exagerada em decorrência de algum evento traumático grave que envolveu o sistema nervoso central (ex: traumatismo craniano).

O doente relaciona temporalmente o início dos sintomas de sonolência exagerada com o evento. A partir de então passa a apresentar episódios freqüentes de cochilos durante o dia, apesar de um adequado número de horas dormidas na noite anterior.

Como se trata?

O tratamento das hipersonias é bastante individualizado, na dependência da intensidade dos sintomas e na repercussão do distúrbio na qualidade de vida da pessoa.

As medidas comportamentais, como evitar a ingestão de álcool ou medicamentos estimulantes antes de dormir, aumentar a prática de atividade física diurna, procurar deitar-se nos mesmos horários todos os dias, em local escuro e silencioso, costumam reduzir a intensidade das manifestações.

O uso de medicamentos deve ser avaliado pelo médico acostumado a tratar tais distúrbios.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fonte:

Martinez D. Dissônias. In: Martinez D. Prática da Medicina do Sono. Editora FUNDO EDITORIAL BYK, SP, 1999: 115 – 122.